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G. Jesus se desdobra na marcação, sofre no ataque e vive ameaça de Firmino

Caído, Gabriel Jesus reclama pênalti no jogo Brasil x Suíça pela Copa do Mundo 2018 - Buda Mendes/Getty Images
Caído, Gabriel Jesus reclama pênalti no jogo Brasil x Suíça pela Copa do Mundo 2018 Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Rostov (na Rússia)

18/06/2018 04h00

A Suíça trabalha a bola no campo de ataque, mas o passe entre os volantes é interceptado por Gabriel Jesus. A cena, que se repetiu ao longo da estreia brasileira na Copa do Mundo, explica um pouco do que foi a vida do centroavante. O camisa 9 do Brasil cumpriu bem funções defensivas no empate por 1 a 1 com a Suíça, na noite de domingo, em Rostov. O problema é que a baixa participação ofensiva deixa a sensação de que a sombra do reserva Roberto Firmino aumentou.

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A dificuldade de Gabriel Jesus na primeira partida era prevista pela comissão técnica. O nervosismo de uma estreia em Copa do Mundo, além da boa defesa e o poderio físico do adversário, eram os pontos considerados. As dificuldades se concretizaram e o camisa 9 teve atuação ruim, sendo substituído por Firmino aos 33 minutos do segundo tempo.

Com pouco tempo em campo, Firmino teve duas finalizações. Gabriel Jesus deixou o jogo com apenas uma – segundo estatística do site "Whoscored". Outro dado que o prejudica é o de apenas 39 toques na bola. O número é o mais baixo da seleção brasileira na partida. Aqui, cabe a ressalva do estilo de jogo do camisa 9, com muitos passes de primeira.

“Eu tentei participar muito do jogo e acho que consegui. Só que centroavante vive de gol, né? Os erros vão acontecer, não somos perfeitos. Mas acho que não temos que mudar nada não, e sim jogar da mesma forma”, disse Gabriel Jesus, em uma análise clara de quem tem receio de mudanças.

Como ponto positivo nas estatísticas, Gabriel Jesus teve dois desarmes - o maior ladrão de bolas do Brasil foi o volante Casemiro, com três. A atuação defensiva do centroavante é um refresco para Neymar que, de volta após meses afastado com uma fratura no pé direito, teve menor responsabilidade na marcação.

Só que o resultado final da estreia aumenta a pressão de Tite, que talvez precise avaliar uma pressão que já se arrasta há tempos. A discussão de Roberto Firmino como titular já ganhava força nos bastidores da seleção durante a preparação para a Copa do Mundo. O ótimo fim de temporada do atacante do Liverpool contrapunha ao ano irregular de Gabriel Jesus no Manchester City – foi reserva do time de Josep Guardiola em parte da temporada.

Além do costume de dar confiança aos jogadores, Tite era refém da ótima participação de Gabriel Jesus nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Sob o comando do treinador, por sinal, ele soma dez gols, sendo o maior artilheiro do Brasil no período – Neymar é o segundo, com nove.

“O Firmino está muito bem, apesar da boa movimentação do Gabriel [Jesus]. E o Firmino está em um momento de confiança”, destacou Tite após a estreia, quando perguntado sobre a disputa no ataque.

Na teoria de Tite, a dificuldade inicial prevista de Gabriel Jesus ainda seria recompensada com outra oportunidade. Por conta disso, atuar contra o time mais fraco do grupo, a Costa Rica, como titular, parece um prêmio para quem foi tão importante para o sucesso do treinador da seleção. Agora, no entanto, o duelo tem ares de chance final para Jesus.