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R. Augusto vence fantasma e vira candidato a solução de problemas do Brasil

Renato Augusto trabalha ao lado de Fred e Geromel na última segunda, em Sochi - Pedro Martins/MoWa Press
Renato Augusto trabalha ao lado de Fred e Geromel na última segunda, em Sochi
Imagem: Pedro Martins/MoWa Press

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Sochi (Rússia)

18/06/2018 18h40

Foram 30 minutos em campo, mas para Renato Augusto valeram por muito mais. Solução encontrada por Tite para tentar recuperar o controle do jogo entre Brasil e Suíça, o meia deixou ótima impressão para a comissão técnica e se tornou um forte candidato a, gradativamente, ganhar mais espaço na sequência da Copa do Mundo.  

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O período pré-Mundial havia colocado uma interrogação em torno de Renato. A sobrecarga de treinamentos na preparação fez com que o meia se tornasse ausência durante mais de uma semana em atividades e virasse um candidato ao temido corte, abafado pouco a pouco a partir de trabalhos com o fisioterapeuta Bruno Mazziotti. Os dias que antecederam a estreia brasileira registraram o crescimento dele, visto como uma figura importante em dois aspectos para o momento brasileiro na Rússia. 

Embora inicie a Copa com uma formação ofensiva, Tite avalia que dificilmente será possível sustentar essa mesma configuração para a sequência da competição. A impressão se fortaleceu depois de conversas com Carlos Alberto Parreira e Zagallo, que apontaram para mudanças na história dos Mundiais que equilibraram o Brasil em campo, como Mazinho em 1994, Leonardo em 1998 e Kléberson em 2002. Parreira tentou o mesmo com Juninho Pernambucano em 2006, mas não teve êxito. 

Dentro desse contexto, a comissão técnica apostava em Fred, que tem se recuperado de problema no tornozelo, e também em Renato. Além de ser homem de confiança do treinador por toda a convivência em Corinthians e seleção, o meia titular ao longo das Eliminatórias ajuda a seleção a ter mais controle de bola, melhor compreensão de jogo e ajuda Paulinho e principalmente Marcelo a chegarem mais vezes à frente.

Tite observa Renato Augusto durante entrevista coletiva da seleção brasileira em 2016 - REUTERS/Ricardo Moraes - REUTERS/Ricardo Moraes
Renato Augusto conta com a confiança de Tite
Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

O jogo contra a Suíça ainda abriu a Tite uma outra opção, até então inédita no trabalho do treinador. Com o jogo empatado e o time sofrendo para dominar as ações no meio-campo, o comandante preferiu não mexer no quarteto ofensivo e sacou Paulinho, colocando Renato ao lado de Fernandinho, que àquela altura já havia substituído Casemiro. A opção de Renato ao lado de Coutinho na armação pelo meio é pouco usual, mas reforça o leque de opções caso Paulinho volte a render mal como na estreia. 

Na segunda-feira, só com reservas em campo treinando com bola, Renato Augusto trabalhou em uma atividade de ataque contra defesa avaliada com grande atenção por Tite e pelos auxiliares Cléber Xavier e Matheus Bachi. O meia atuou exatamente ao lado de Fred e mais uma vez deixou a impressão de que cresce de desempenho com a chegada do Brasil à Rússia. 

Além do aspecto referente às quatro linhas, Renato é respeitado internamente pelo comportamento e capacidade de aliviar o grupo em momentos de tensão, principalmente Neymar. Nas Olimpíadas, em fase de grupos que começou também com empate, ele foi visto pela comissão técnica como um dos jogadores fundamentais para que o princípio de crise pelo risco de eliminação fosse contornado, e o caminho clareasse a partir da terceira partida.

A reorganização do time de Rogério Micale, na ocasião, passou por conversas do treinador e seu auxiliar Odair Hellmann, hoje à frente do Internacional, com Renato e Neymar como principais líderes do grupo. Liderança que ele também exerce na seleção de Tite e pode ajudá-lo a voltar ao time titular.