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Copa 2018

Mudado, Uruguai tenta ir às oitavas contra uma Arábia Saudita aterrorizada

Xinhua/Lu Jinbo
Imagem: Xinhua/Lu Jinbo

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

19/06/2018 21h00

Considerada a favorita do grupo A da Copa do Mundo, a seleção uruguaia entra em campo às 12 horas (de Brasília) desta quarta-feira (20) com a missão de fazer o básico: vencer a Arábia Saudita e se classificar às oitavas de final. Nem é uma tarefa tão dura assim, a julgar pela fragilidade mostrada pelos sauditas na estreia e a enorme pressão que sofrem fora de campo.

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O Uruguai ainda não convenceu neste Mundial. Venceu o Egito sem brilho e com um gol de cabeça no último minuto, bem ao estilo uruguaio. É capaz até de se classificar sem empolgar, levando em consideração a qualidade dos sauditas, mas está na hora de mostrar algum futebol se quiser ir longe no mata-mata.

A aposta do técnico Oscar Tabárez é na mudança. Os experientes Carlos Sánchez e Cebolla Rodríguez ganham vaga no meio-campo após substituírem Nández e Arrascaeta na estreia. “Não ligo para quem é mais jovem ou experiente. Para este jogo, este é o time certo”, indicou o treinador.

O ataque segue com Luis Suárez, como não poderia deixar de ser apesar dos gols perdidos contra o Egito. Ao lado dele está Edinson Cavani, muito mais presente na estreia; após Luisito ser figura central de duas Copas seguidas, talvez tenha chegado a vez dele ser protagonista. A boa notícia para a dupla é que a Arábia Saudita dificilmente marcará tão bem quanto os egípcios fizeram na sexta-feira (15): o time é vulnerável, e pode ter ainda mais dificuldades pelo contexto em que se encontra.

A goleada na abertura do Mundial provocou reações severas dos cartolas sauditas. O presidente da Autoridade Geral de Esportes (equivalente a um ministério) gravou vídeo pedindo desculpas ao rei e ameaçando a equipe de forma velada. “Os jogadores nos desonraram. Eu assumo toda a responsabilidade e imploro seu perdão por esta humilhação”, disse. “Eles me envergonharam na frente do príncipe, mas isso é o que eles merecem”, vociferou.

Em campo, os sauditas marcaram mal e não atacaram. A estreia já seria ruim de qualquer forma, mas a atenção mundial na abertura da Copa e a presença do príncipe herdeiro Mohammad bin Salman no estádio só agravaram a derrota. Tanto que o presidente da federação, Adel Ezzat, responsabilizou três atletas nominalmente. “Alguns jogadores serão punidos: o goleiro Abdullah Al-Mayouf, o defensor Omar Hawsawi e o atacante Mohammad Al-Sahlawi”, apontou em entrevista a um jornal saudita.

Arábia Saudita - AFP PHOTO / KHALED DESOUKI - AFP PHOTO / KHALED DESOUKI
Sob ameaça de punição, jogadores sauditas encaram Uruguai na condição de azarões
Imagem: AFP PHOTO / KHALED DESOUKI
O vice-presidente da Federação de Futebol da Arábia Saudita foi por outro caminho e preferiu culpar o técnico Juan Antonio Pizzi. “Ele é o responsável técnico pela derrota da equipe”, afirmou Nawaf al-Temyat com todas as letras.

Dentro da delegação que está na Rússia, o elenco recebeu apoio psicológico após a derrota traumática. Além dos problemas esportivos, houve ainda um susto na viagem para Rostov-on-Don, na qual o avião teve defeitos. O trio exposto por Ezzat segue na escalação de Pizzi. Os quatro são questionados, assim como a grande maioria dos jogadores. Em um ambiente cheio de atribuição de culpa, estão todos sob pressão, no mesmo barco – que parece prontinho para afundar.

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