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Copa 2018

Pressão, reviravolta, dilemas: o que esperar das favoritas na 2ª rodada?

Alemanha foi a única das favoritas que perdeu na primeira rodada da Copa - Carl Recine/Reuters
Alemanha foi a única das favoritas que perdeu na primeira rodada da Copa Imagem: Carl Recine/Reuters

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

19/06/2018 21h00

A primeira rodada da Copa do Mundo de 2018 já acabou, e a segunda começou nesta terça-feira (19) com a vitória da Rússia sobre o Egito por 3 a 1. Com os oito grupos da primeira fase começando a caminhar para suas definições, o que esperar das principais seleções na disputa? Confira os desafios que aguardam cada uma das favoritas nos próximos dias.

Uruguai: vitória fácil para garantir a vaga?

Uruguai - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

O Uruguai tem, no papel, a missão mais fácil entre as grandes seleções. Os bicampeões do mundo precisam de uma vitória simples sobre a Arábia Saudita nesta quarta-feira (20) para garantir a classificação às oitavas e duelar com a anfitriã Rússia na última rodada pela primeira posição do grupo A.

Os árabes tiveram o pior desempenho da Copa até aqui, levando 5 a 0 dos russos no jogo de abertura, e não devem abrir mão de sua proposta de sair jogando desde a defesa mesmo com pouca qualidade técnica. Apesar da atuação uruguaia na estreia contra o Egito não ter empolgado, a expectativa é de uma vitória tranquila dos sul-americanos. O técnico Óscar Tabárez deve promover duas mudanças nos lados do campo: Nández e De Arrascaeta devem dar lugar aos veteranos Carlos Sánchez e Cristian Rodríguez.

Portugal: CR7 vai ter o mesmo espaço?

CR7 - Murad Sezer/Reuters - Murad Sezer/Reuters
Imagem: Murad Sezer/Reuters

Cristiano Ronaldo protagonizou a grande atuação individual da Copa do Mundo até aqui, com três gols e muitas boas jogadas no empate por 3 a 3 com a Espanha na primeira rodada. Mas será que, contra o Marrocos, Portugal terá o mesmo espaço para contra-atacar que encontrou diante da Espanha?

Os portugueses levaram perigo principalmente ao acelerar no contragolpe e pegar a defesa espanhola exposta. Marrocos também vai tentar atacar? É possível que sim, já que a seleção africana vem de derrota para o Irã na primeira rodada e mostrou um plano de jogo bastante ofensivo. Não poderá ficar somente atrás e terá que se arriscar em busca da vitória. Se deixar espaços, com certeza Cristiano Ronaldo estará lá para aproveitá-los.

Espanha: um teste de fogo para a posse de bola

Iniesta - Sergei Grits/AP Photo - Sergei Grits/AP Photo
Imagem: Sergei Grits/AP Photo

A Espanha se manteve fiel aos seus princípios e apostou na valorização da posse de bola para encurralar Portugal no jogo de ida. Criou boas chances, mas seus gols vieram de uma bola longa para Diego Costa, uma jogada ensaiada de falta e um chute de fora da área de Nacho. Contra o Irã, o estilo espanhol será novamente colocado à prova diante de um adversário que vai se fechar.

Considerando que o Irã já tem três pontos após vencer o Marrocos na primeira rodada, faz sentido que o time asiático se retranque ainda mais do que o normal para arrancar um empate diante da Espanha. Os comandados de Hierro terão que ter muita paciência e precisão para furar o que provavelmente será uma barreira de 11 iranianos entre a bola e o gol.

França: dilema entre o individual e o coletivo

Deschamps Giroud - REUTERS/Toru Hanai  - REUTERS/Toru Hanai
Imagem: REUTERS/Toru Hanai

Seleção com um dos elencos mais talentosos da Copa, a França não apresentou um bom desempenho coletivo na primeira rodada e sofreu para ganhar da Austrália. O principal dilema é no ataque: manter o trio leve e rápido de Dembélé, Griezmann e Mbappé, ou introduzir o centroavante Giroud para dar mais equilíbrio à equipe? O último treino indicou que Giroud vai ganhar a vaga.

Giroud melhorou o time diante da Austrália, oferecendo uma opção diferente e participando da jogada do gol. Por outro lado, o Peru tentará desesperadamente não ser eliminado de forma precoce, depois de dominar a Dinamarca no primeiro jogo, desperdiçar muitas chances e ser derrotado por 1 a 0. Se os sul-americanos se lançarem ao ataque, a França pode fazer estrago com velocidade no seu trio de frente.

Argentina: muitas mudanças e desconfianças

Messi - REUTERS/Maxim Shemetov - REUTERS/Maxim Shemetov
Imagem: REUTERS/Maxim Shemetov

Depois de ficar no 1 a 1 com a Islândia na estreia e ver Messi perder um pênalti, a Argentina entra bastante pressionada na segunda rodada. O adversário será a Croácia, que venceu a Nigéria por 2 a 0 sem grandes problemas. O desafio será bem diferente, já que os islandeses se fecharam com muita disciplina e ficaram satisfeitos com o empate, enquanto os croatas são uma seleção que gosta de jogar e tem bastante qualidade técnica.

O técnico Jorge Sampaoli já sinalizou com mudanças no time titular para enfrentar a Croácia. Três alterações parecem certas: Mercado, Acuña e Pavón nas vagas de Rojo, Biglia e Di María. Além disso, Enzo Pérez pode entrar no meio-campo no lugar de Meza. Isso mudaria o time do 4-2-3-1 usado na estreia para um 3-4-3, esquema que foi testado sem muito sucesso nas Eliminatórias. Na segunda rodada da Copa, a Argentina segue sendo uma incógnita.

Brasil: só a vitória interessa

Neymar - REUTERS/Hannah McKay - REUTERS/Hannah McKay
Imagem: REUTERS/Hannah McKay

O desempenho não foi péssimo, mas o empate por 1 a 1 na estreia contra a Suíça foi certamente frustrante para a seleção brasileira. Diante da Costa Rica, os comandados de Tite novamente terão que furar uma defesa bem postada, desta vez com uma linha de cinco defensores protegidos por quatro meio-campistas. E só a vitória interessa, já que a Sérvia já bateu os costarriquenhos na primeira rodada.

A primeira meia hora contra os suíços mostra que o Brasil tem as armas necessárias para fazer isso. Coutinho, Marcelo e Neymar triangularam bem pela esquerda e geraram ocasiões de perigo. Mas Tite tem problemas até o jogo: Neymar estará 100% fisicamente? Renato Augusto vai recuperar a vaga no meio? Manter a calma se as coisas não derem certo logo nos primeiros minutos também será um desafio importante.

Alemanha: hora de mostrar a que veio

Muller - Alexander Hassenstein/Getty Images - Alexander Hassenstein/Getty Images
Imagem: Alexander Hassenstein/Getty Images

Mais do que a derrota por 1 a 0 para um México vibrante e agressivo na estreia, preocupou a postura dos alemães. Os campeões do mundo fizeram um jogo em marcha lenta, demorando para tomar decisões com a bola e reagindo muito mal sem ela. Os mexicanos tiveram um contra-ataque atrás do outro e poderiam ter feito mais.

Contra a Suécia, na segunda rodada, é hora de mostrar que a geração campeã de 2014 ainda tem lenha para queimar. O técnico Joachim Löw ainda não acenou com mudanças na escalação, mas elas podem acontecer. O principal, porém, será mudar o espírito e voltar a mostrar o futebol que aliou técnica, aplicação e intensidade para conquistar o título no Brasil há quatro anos. Já os suecos, que venceram a Coreia do Sul, torcem para que os alemães repitam a atuação da estreia.

Bélgica e Inglaterra: lição de casa para ficar tranquila

Inglaterra - Toru Hanai/Reuters - Toru Hanai/Reuters
Imagem: Toru Hanai/Reuters

No grupo G, Bélgica e Inglaterra terão apenas que cumprir seu papel de favoritas para garantir a classificação. Os belgas, que fizeram 3 a 0 no Panamá, vão enfrentar a Tunísia, enquanto os britânicos, que superaram os tunisianos por 2 a 1, pegam os panamenhos. Se ambas vencerem, se enfrentam na última rodada pela liderança da chave.

Apesar do amplo favoritismo, nenhuma seleção deve esperar muita facilidade. O Panamá complicou para a Bélgica no primeiro tempo com uma boa postura defensiva, mas precisou se abrir após um golaço de Mertens abrir o placar e acabou tomando mais. A Tunísia também parou as investidas inglesas durante a maior parte do jogo e só perdeu por causa de um vacilo incrível na bola parada nos acréscimos, deixando o artilheiro Kane livre no escanteio.

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