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Torcedores pagam até R$ 4 mil por dia em resort por tietagem à seleção

Renato Augusto dá autógrafos no hotel da seleção brasileira em Sochi - João Henrique Marques/UOL
Renato Augusto dá autógrafos no hotel da seleção brasileira em Sochi Imagem: João Henrique Marques/UOL

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Sochi (Rússia)

19/06/2018 20h00

Um autógrafo, uma foto ou um bate-papo rápido com um jogador da seleção brasileira pode custar até R$ 4 mil por dia. Esse é o preço médio de uma diária de um quarto para quatro pessoas no hotel que a delegação está concentrada na Rússia. Passar alguns dias como hóspede foi o único jeito encontrado por torcedores para ter contato com seus ídolos diante do bloqueio de seguranças montado no local.

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Desde o dia 20 de maio, quando começou o período de concentração em Teresópolis, a seleção tem evitado o contato com os populares. No Rio de Janeiro, viu até uma invasão de treinamento dos que foram barrados nas portas da Granja Comary. Na Inglaterra, ficou enfurnada no CT do Tottenham. Na Áustria e na Rússia, até agora, usaram até entradas laterais dos hotéis para evitar o tumulto formado pelos torcedores nos deslocamentos.

Por isso, o verde e amarelo passou a ser parte da decoração da concentração da delegação, seja pela bandeira pendurada em uma das sacadas ou pela constante movimentação do grupo que já transformou a camisa da seleção brasileira em uniforme obrigatório. 

Neymar solícito

Se na primeira semana os atletas gozavam de um raro anonimato na vida de um jogador de futebol, agora são sempre abordados pelos fanáticos. As entradas e saídas do hotel em direção aos campos de treinamento viraram um dos momentos mais agitados.

"Chegamos aqui e fomos barrados na porta. Mas queríamos um contato, um autógrafo. Conversamos e resolvemos passar uma noite aqui. Valeu a pena. Falamos com todos, inclusive Neymar e Tite. Foram muito simpáticos. Uma camisa dessa toda autografada, um boné desses... isso não tem preço", contou o paulista Luiz Augusto Garcia, que chegou ao local com um primo, um sobrinho e um amigo em busca da "noite de autógrafos" no resort.

Torcedores hotel Sochi - Pedro Ivo Almeida/UOL - Pedro Ivo Almeida/UOL
Ademir Araújo (e), Wilson Carvalho (c) e Luiz Augusto Garcia (d) exibem autógrafos da seleção
Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Quando o bloqueio de seguranças e funcionários impedia algum contato físico, o grupo dava um jeito. "Fui na varanda e joguei o boné para o Neymar. Ele deu um jeito. Pegou, sorriu, assinou. Foi engraçado. Vamos dando um jeito. A maioria é muito simpática", falou Wilson Carvalho.

Na primeira semana, o cenário era completamente oposto. Os atletas circulavam quase que livremente pelas alamedas do hotel, com direito até a uma visita na praia privativa oferecida pelo resort. Neymar era o único que não escapava da perseguição de seus fãs, especialmente dos mirins.

Patrocinadores e empresário de Tite na área

Além de torcedores, o hotel agora conta com a presença constante dos pais de Neymar. Desde a última segunda-feira, eles decidiram se instalar no mesmo local em que o filho se concentra e, agora, são separados por apenas alguns metros.

Quem também bate ponto no local são representantes de patrocinadores da CBF. Com a necessidade de acompanhar de perto o grupo para ações e outras demandas, executivos de parceiros têm trânsito livre no resort. Empresário de Tite, Gilmar Veloz também visitou o local. Ele conversou com o treinador e pegou ingressos para os próximos jogos da seleção brasileira.

Separados em área isolada, os atletas só mantêm contato com autorização da CBF. Na última folga, por exemplo, os jogadores receberam os familiares no saguão e conversaram com outras pessoas no restaurante do hotel.