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'Prestam enorme desserviço ao país', diz ministro sobe casos de assédio

torcedores brasileiros em vídeo machista na Rússia - Reprodução
torcedores brasileiros em vídeo machista na Rússia Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/06/2018 14h20

Representante do governo brasileiro na Copa do Mundo, o ministro do Esporte, Leandro Cruz, recebeu jornalistas brasileiros nesta quarta-feira (20) em Moscou e comentou sobre os diversos casos de assédio registrados por torcedores brasileiros na Rússia. Em ao menos quatro episódios, brasileiros aparecem estimulando que moradores locais digam palavras em português que os ofendem. 

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Para Cruz, a imagem do país fica manchada. "Acho que o caso não é de homens desrespeitosos com mulheres russas. São homens desrespeitosos, que o devem ser com mulheres brasileiras, russas, inglesas, francesas. São pessoas que prestaram um imenso desserviço ao Brasil. Uma atitude como essa, além de envergonhar nosso país, é merecedora de todas as repreendas que a gente possa fazer, porque realmente é um desserviço", criticou o ministro.

Em parceria com o Itamaraty, o ministério chegou a publicar uma cartilha com dicas de comportamento para os brasileiros na Rússia, sem incluir críticas a esse tipo de postura. "Não teria como prever isso numa cartilha, porque são quatro ou cinco homens em milhares de brasileiros que estão aqui", minimizou Leandro Cruz.

"O Guia Consular, inclusive, indica uma conduta correta aos nossos concidadãos, que certamente não foi respeitada. Essa questão no Ministério do Esporte não é tolerada em hipótese alguma. Uma das nossas campanhas centrais é a do Esporte Sem Assédio, lançada na Organização das Nações Unidas (ONU)", completou o político.

Já são pelo menos quatro casos de vídeos machistas divulgados desde o início do Mundial. Nesta quarta-feira, uma nova filmagem mostra um brasileiro agindo de maneira semelhante ao pedir para uma russa falar "você vai dar para todo mundo de Montes Claros". Em outro vídeo, um brasileiro faz piadas homofóbicas com uma criança russa.

Os casos podem se tornar um problema jurídico no país-sede da Copa do Mundo. A jurista Alyona Popova entrou com uma denúncia após recolher assinaturas em uma petição que recrimina o ato de alguns brasileiros no país.

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