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Copa 2018

Argentina muda "tudo" contra a Croácia. Mas Dybala segue fora da equipe

Gabriel Rossi/Getty Images
Imagem: Gabriel Rossi/Getty Images

Arthur Sandes

Do UOL, em São Paulo

21/06/2018 04h00

Não espere ver nesta quinta-feira (21), a partir das 15 horas (de Brasília), a mesma Argentina que estreou mal na Copa do Mundo: serão pelo menos três mudanças para enfrentar a Croácia no estádio de Níjni Novgorod. Há expectativa por mais ofensividade no esquema novo, mas o cara que todo o mundo queria ver em campo continua na reserva.

Paulo Dybala é um atacante notável e a sensação do futebol italiano. Na Juventus, é craque; na seleção argentina, porém, não tem muita chance e nunca fez um gol sequer. Ele ficou no banco durante o empate com a Islândia e viu em campo concorrentes bem menos prestigiados, como Meza e Pavón.

Mesmo com as várias mudanças promovidas pelo técnico Jorge Sampaoli, Dybala segue no banco. Um reflexo, talvez, da confissão que fez em setembro. "É difícil jogar com ele porque jogamos na mesma posição, mas, em de qualquer forma, tenho que me adaptar a ele e tenho que fazê-lo sentir-se confortável", disse na ocasião. Depois voltou atrás, mas a ideia é clara.

E não só isso: Di María também perdeu vaga após atuação discretíssima. Como se vê, as apostas são altas: escalação com um zagueiro só, três laterais e Mascherano como único marcador de ofício no meio-campo. As mudanças são tantas, que só dá para entender desenhando (veja abaixo).

Provável escalação da Argentina - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Entre os reservas, Dybala e Di María terão a companhia de Higuaín; trio de ataque de fazer inveja a muita seleção da Copa. Sobram peças na frente, muitas com características parecidas, e encaixar todos os craques vira problema constante na Argentina. O cenário não é estranho: há tempos eles não conseguem reunir suas estrelas em um esquema que dê certo.

Em 2010, Maradona tentou reunir Messi, Tévez e Higuaín entre os 11. De início deu bastante certo: quatro vitórias seguidas, com dez gols (seis do trio). Mas a aventura terminou em um baile da Alemanha nas quartas de final. Já em 2014 a campanha começou com o quarteto Di María, Messi, Aguero e Higuaín, mas o time não suportou e Alejandro Sabella trocou Aguero pelo voluntarioso Lavezzi antes que o sistema desabasse.

Desta vez sobrou para Dybala e Di María. E é bom a aposta de Sampaoli dar certo, porque há muito em jogo e não dá nem para pensar em tropeçar. Mesmo um empate poderia colocar os argentinos em posição delicada, a depender do outro jogo da chave – Nigéria e Islândia duelam às 12h desta sexta (22). Também por isso as várias mudanças depois da estreia. No papel, são três trocas: Marco Rojo, Biglia e Di María saem para as entradas de Mercado, Enzo Pérez e Acuña – ainda há a dúvida se Meza se mantém ou dá lugar a Pavón.

Mudou tudo. Ou quase tudo, afinal o camisa 10 ainda é Messi, que terá marcação dobrada da Croácia. “Não podemos tentar parar Messi no um contra um; ele deve ser marcado coletivamente”, adianta o técnico Zlatko Dalic, que quer sua equipe “tão compacta quanto no último jogo”. Se a estratégia croata prevalecer, o prêmio será a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo.

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