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Copa 2018

Fifa está envergonhada com a minha presença na Rússia, diz Blatter

Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa - Reuters
Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/06/2018 13h33

Nem mesmo a suspensão por seis anos do Comitê de Ética da Fifa impediu Joseph Blatter de frequentar os jogos da Copa do Mundo na Rússia. No país a convite do governo russo, que o considera um aliado na campanha russa para se tornar sede do Mundial, o ex-presidente da entidade admitiu que sua presença está causando constrangimento a atual administração da organização máxima do futebol.

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"Eles realmente estão (envergonhados pela minha presença). Eu não sei por quê. Não deveria haver razão para a nova diretoria da Fifa ser contra o fato de seu ex-presidente estar na Copa do Mundo", disse em entrevista à agência Omnisport.

"Eles deveriam dizer: 'Sim, vamos lá!' O debate seria então encerrado. Nós terminávamos com um aperto de mão e todos ficariam felizes", encerrou Blatter.

Blatter foi presidente da Fifa de 1998 a 2015 quando renunciou por conta dos problemas judiciais enfrentados pelos cartolas da entidade em casos de corrupção. Em maio de 2015, o Departamento de Justiça e o FBI estouraram uma operação que prendeu dirigentes da Fifa. Pouco depois, Blatter foi reeleito.

Mas deixou o cargo em junho após pressão de patrocinadores e revelações de que recebeu milhões em bônus pela realização de Copas do Mundo. Posteriormente, foi julgado pelo Comitê de Ética da entidade e recebeu uma suspensão de seis anos de qualquer atividade relacionada ao futebol.

Blatter chegou durante a semana a Moscou e não tem credenciamento da Fifa: está usando uma identidade de fã, como mostra uma foto feita pela Associated Press. Pela sua punição, não pode frequentar ambientes oficiais da Fifa. Ele está indo aos jogos em camarotes: esteve em Portugal x Marrocos, e deve estar em Brasil x Costa Rica.

Desta forma, não há como ele se encontrar com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, o que poderia causar constrangimento a ambos. O convite para que fosse assistir à Copa partiu do governo russo. A Rússia ganhou o direito de sediar a Copa em 2011, durante a gestão Blatter, em controversa decisão do então Comitê Executivo da Fifa. Houve uma investigação, mas nada foi encontrado de irregular, embora todos os arquivos eletrônicos da campanha russa tenham sido apagados.

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