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Pode beber de manhã? Especialistas dizem como não estragar seu dia de Copa

Popular Gin Tônica está entre as sugestões para a manhã de Copa de Mundo - Divulgação
Popular Gin Tônica está entre as sugestões para a manhã de Copa de Mundo Imagem: Divulgação

Daniel Lisboa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/06/2018 04h00

O Brasil joga nesta sexa-feira (22) às 9h da manhã, e uma pergunta tem passado pela cabeça de muita gente: será que eu bebo? Ou: o que beber para não “queimar” a largada e complicar o resto do dia para quem precisar trabalhar logo depois?

Em busca de respostas para este intrincado dilema, o UOL Esporte conversou com quatro barmen de famosos bares paulistanos. Eles têm suas inclinações pessoais na hora de sugerir o melhor drinque ou bebida para a manhã, mas todos concordam em uma coisa: desde que seja com moderação, você pode sim beber antes do meio-dia.

Responsável pelos drinques do Olívio e de outros dois bares na capital paulista, Marcos Felix (conhecido como “Marquinhos”) não tem dúvidas sobre qual seria sua primeira opção para um café da manhã festivo em clima de Copa.

“Eu iria de Blood Mary, porque é um coquetel à base de suco de tomate, molho inglês, pimenta e vodca, que a pessoa pode dosar do jeito que quiser”, diz ele. “Não é um drinque forte. Aliás, as pessoas costumam chamá-lo de drinque da ressaca”.

Felix acredita que os ingredientes do Bloody Mary o tornam revigorante. Ou seja, ideal para começar o dia e ainda encarar o expediente depois da partida. “Ele dá uma forrada no estômago e ainda pode ser servido com guarnições como salsão e cenoura”, diz o barman.

Perguntado, porém, qual seria sua opção pessoal para acompanhar o jogo, Felix diz que iria de gin tônica. Para quem se assustou, ele explica que o drinque não é assim tão forte. “Vai apenas uma dose de gin e meia lata de tônica. É a bebida mais light que tem”, diz. “Se você ver, os coquetéis mais fortes sempre levam um destilado e um licor. A  gin tônica não, vai um destilado e o resto é tônica e gelo.”

Outra vantagem do Bloody Mary e da gin tônica, lembra Felix, é que são drinques fáceis de serem feitos. Como muita gente, por conta do horário, assistirá ao jogo em casa (ou na casa de terceiros), fica aí a sugestão.

Gabriel Santana, barman do bar Benzina, também sugere o Bloody Mary como um drinque que cai bem nas primeiras horas da manhã. “O suco de tomate tem consistência e ajuda a encher a barriga do cara enquanto ele bebe”, diz.

“Outas opção são os coquetéis a base de champanhe. Por exemplo o ´mimosa`, que leva suco de laranja, ou o ´bellini`, com purê de pêssego”, sugere o barman. “Como são bebidas leves, mas com consistência, muita gente gosta de tomá-las de manhã”.

Muita gente, no caso, não exatamente no Brasil, porque aqui ainda há uma certa resistência com a ideia de ingerir bebida alcóolica de manhã. “Morei em Nova Orleans (EUA), e lá é bem típico ter essas bebidas no cardápio de café da manhã dos hotéis”, conta Santana.

Gabriel 02 - Divulgação - Divulgação
Gabriel Santana, do Benzina, diz que drinques à base de champanhe são boa opção matinal
Imagem: Divulgação
Mas, e se o torcedor fizer questão de um drinque com vodca para homenagear o país-sede? “Aí eu iria de Expresso Martini para acordar legal e ver o jogo. É café expresso com uma dose de vodca e licor de café batidos na coqueteleira”, diz.

Jean Ponce, barman do bar Guarita, é enfático sobre essa história de beber ou não de manhã: para ele, desde que você esteja bem alimentado, não existe uma “hora certa” para um bom coquetel. “Às vezes, seis horas da manhã pode ser o happy hour de alguém”, diz ele. “Cada um tem seu fuso-horário”.

Provando que fala sério, Ponce sugere uma caipirinha para a hora do jogo. Para ele, o drinque mais genuinamente brasileiro não pode ficar de fora de um momento desses. “Com uma boa cachaça”, ressalta o barman, para quem a gin tônica também tem seu simbolismo em um mundial. “A gin tônica, hoje, é servida no mundo inteiro.”

Para Ponce, porém, quem não tiver o privilégio de folgar amanhã deve estar atento para não passar dos limites e eventualmente sofrer as consequências. “Para quem tiver que voltar ao trabalho, acho que uma Gin Tônica e uma caipirinha não vão afetar. Ao contrário, vão tornar seu dia muito mais prazeroso”, diz o barman. “O principal é ser responsável e não passar para o terceiro coquetel se você for trabalhar. Mais importante que começar, é saber parar de beber.”

Se o leitor estiver sentindo falta de uma alternativa mais “raiz” para a Copa matinal, talvez seja o caso de considerar também as sugestões de Filipe Campos, barman do bar Pitico. “Eu iria de choconhaque, acho uma boa bebida para o café da manhã”, diz ele. Choconhaque, para quem não sabe, é o velho e bom leite com chocolate misturado, claro, com conhaque.

Entre os coquetéis tradicionais, Campos é mais um a mencionar o Bloody Mary. “É uma bebida que o pessoal toma bastante quando está de ressaca”. Mas é também o único a lembrar dela: a cerveja. “Para quem gosta, sugiro uma de trigo artesanal, mais leve e que vai descer melhor nesse horário”.

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