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Eliminação precoce pode reacender discussão sobre possível adeus de Messi

Marcel Rizzo

Do UOL, em Nizhni Novgorod (Rússia)

22/06/2018 04h00

No domingo (24), Lionel Messi completará 31 anos. Dois dias depois entrará em campo pela Argentina, contra a Nigéria pela Copa da Rússia, para uma das mais importantes que fará com a camisa de seu país. Ele já esteve em uma final de Mundial, é verdade, mas desta vez jogará pela classificação de seu time e para ter o gostinho de participar de mais algumas partidas de uma Copa do Mundo.

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Argentinos que conhecem Messi de perto, e fazem a cobertura da Copa na Rússia, avaliam que não é absurdo dizer que essa seja a última Copa do Mundo do melhor jogador do mundo por cinco vezes. E se for, e a Argentina não avançar para as oitavas de final, a partida de São Petersburgo na terça será sua despedida.

As derrotas em três finais consecutivas fizeram com que Messi, que nem completara 30 anos, anunciar mais de uma vez que largaria a seleção. A de 2014, na final para a Alemanha foi doída para o camisa 10, mas as duas seguintes, nas Copas Américas de 2015 e 2016, o atacante falou que estava chateado e que pensava em parar. Nunca ter levantado uma taça pelo seu país doía, e os fracassos sucessivos nos pênaltis contra o Chile o derrubaram.

Mas ele voltou atrás, todas as vezes. Sempre havia uma Copa do Mundo seguinte, mas Messi nunca brilhou em uma, apesar de ter chegado à decisão em 2014 na derrota para a Alemanha. São 17 jogos, já somados os dois de 2018, e apenas cinco gols. Média de 0,29 por partida, muito abaixo do 0,51 que tem na carreira.

Poderiam ser seis gols, se tivesse anotado o pênalti contra a Islândia, na estreia da Copa-2018, mas errou. E, após aquela partida, se culpou por isso, dizendo que doía muito. No bagunçado time de 2018, Messi parece perdido em campo e disperso em alguns momentos. Diferentemente de Cristiano Ronaldo, seu amor rival pelo posto de craque da atualidade, que já anotou quatro vezes só na Rússia.

Messi - REUTERS/Murad Sezer - REUTERS/Murad Sezer
Imagem: REUTERS/Murad Sezer

"Não é justo comparar os dois jogadores nessa Copa. Nós ainda não encontramos uma maneira de jogar ao redor dele [Messi]", disse o técnico Jorge Sampaoli após a derrota para a Croácia por 3 a 0, na quinta-feira. O ídolo deixou o estádio cabisbaixo e sem falar com a imprensa do país.

Qatar com 35 anos?

Fisicamente Messi ainda parece bem hoje. Claro que, com 35 anos em 2022 (a Copa do Qatar será entre novembro e dezembro, e não junho e julho, por causa do calor), ainda teria idade para estar num Mundial, mas não se sabe como. Para viajar e não atuar no alto nível que está acostumado? Isso pesa para Messi e, talvez por isso, ele na terça dê tudo que puder para evitar uma eliminação.

Antes de a Copa começar na Rússia, Messi havia sido confrontado com o tema, mas deixou a questão em aberto. O craque deixou no ar se tem ou não o Mundial do Qatar no radar.

"Me perguntam se será minha última Copa do Mundo e não sei. Não penso nisso agora. Com certeza dependerá de como iremos neste mês, de como terminaremos no torneio", declarou Messi em entrevista ao jornal "La Nación".

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