Topo

Suíça

Vaiados, Xhaka e Shaqiri reagem com gols e provocação política

Granit Xhaka comemora gol da Suíça em duelo contra a Sérvia - Clive Rose/Getty Images
Granit Xhaka comemora gol da Suíça em duelo contra a Sérvia Imagem: Clive Rose/Getty Images

Julio Gomes

Do UOL, em Kalingrado

22/06/2018 16h35

O torcedor brasileiro pode não ter notado, mas a forma que os suíços Granit Xhaka e Shaqiri comemoraram seus gols marcados contra a Sérvia, na vitória por 2 a 0, foi entendida nas redes sociais como uma possível provocação à Sérvia. Afinal, o símbolo com as mãos unidas pelos polegares cruzados é uma referência à águia de duas cabeças da bandeira da Albânia.

Assista aos gols de Sérvia 1 x 2 Suíça
- Imprensa internacional repercute provocação de suíços contra a Sérvia
Brasil fica a um empate da próxima fase e terá "decisão" contra Sérvia

Ainda que defenda a seleção da Suíça, Xhaka, nascido na Basileia, é filho de pais albaneses originários de uma cidade na fronteira entre a atual Sérvia e o Kosovo. Seu irmão, Taulant Xhaka, defende a seleção da Albânia. No passado, quando estudava no Kosovo, seu pai, Ragip, chegou a ser preso por protestar contra a Iugoslávia comunista, país que deu origem à Sérvia.

Ao comemorar seu gol contra a Sérvia fazendo o símbolo albanês, Xhaka só ampliou a tensão política em torno do duelo mais explosivo desta primeira fase da Copa do Mundo. Já no finalzinho, quando fez o gol que definiu a vitória da Suíça, Shaqiri repetiu o gesto, também em um tom de desabafo.

Apesar de não ter negado que o gesto foi uma provocação política, Shaqiri preferiu não polemizar após o jogo. "Não quero falar sobre isso. No futebol, você tem emoções à flor da pele. São só emoções. Não é nada mais que isso, não precisamos falar disso."

No momento em que foram apresentados no telão os jogadores de origem albanesa ou kosovar, Xhaka, Behrami, Dzemaili e, principalmente, Shaqiri, as vaias foram fortíssimas. Era perceptível como alguns torcedores estavam mais exaltados, apontando o dedo para o campo e gritando impropérios de forma raivosa.

Shaqiri, que nasceu no Kosovo (na cidade de Gjilan), mas é de origem albanesa, foi vaiado de forma sistemática sempre que pegou na bola - ele joga com a bandeira do Kosovo em uma das chuteiras e foi acusado de ter "provocado" os sérvios nas redes sociais ao mostrar que usaria tal chuteira na Copa. 

Em alguns momentos, grupos pequenos de torcedores entoaram cânticos dizendo que "o Kosovo é da Sérvia".

Suíça