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Copa 2018

Torcida senegalesa vê jogo em "inferninho" e termina com chuva de frutas

Daniel Lisboa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/06/2018 19h01

Imigrantes senegaleses em São Paulo se reuniram mais uma vez para assistir ao país na Copa do Mundo. Eles alugaram uma boate ao melhor estilo “inferninho”, no centro da cidade, para receber conterrâneos, e também muitos brasileiros, interessados na festança preparada para o duelo contra o Japão. 

A curiosidade em torno dos senegaleses aumentou depois que um vídeo mostrando os africanos desfilando pelo centro, após a vitória sobre a Polônia, viralizou. Não à toa, desta vez vários veículos de imprensa estiveram presentes ao “AJ Club”, que ficou abarrotado.

Seus dois espaços – o principal, no piso inferior, e um mezanino – estavam tomados já na metade do primeiro tempo. O público acompanhou o jogo em dois telões, e o clima de balada involuntário deu uma atmosfera peculiar ao ambiente.

Uma parte do mezanino com grades, e que lembra uma jaula, estava cheio de pessoas espremidas, quando normalmente deve ficar cheio de gente “fervendo” na noite.

Um rapaz que distribuía flyers do “AJ Club”, e se identificou como um dos proprietários da boate, disse que o local recebeu em torno de 400 pessoas hoje. Questionado se não era um pouco demais para uma casa relativamente pequena, ele disse que, em dia de balada, o lugar “recebe até 800 pessoas.”

A festa da torcida teve tudo o que se esperava: muita cantoria, batuque, hino à capela e explosões ensandecidas na hora dos gols. Quando Moussa Wagué anotou o segundo de Senegal, o frenesi foi tamanho que parte do público saiu para comemorar na rua. A massa em movimento de torcedores enlouquecidos lembrou as “avalanches” das torcidas argentinas.

O empate do Japão não esfriou a animação, e a torcida senegalesa desfilou uma vez mais pelo centro paulistano. Atravessou a avenida São João e só parou na esquina das ruas Guaianases e Aurora, onde permaneceu concentrada como um bloco de carnaval. 

Quando a reportagem do UOL Esporte se preparava para ir embora, foi surpreendida por uma chuva de laranjas e bananas que, a princípio, imaginou ser algum ataque xenófobo. Mas tratava-se só da maneira peculiar que os senegaleses encontraram para encerrar as festividades do dia: esvaziando totalmente um carrinho de frutas. Bananas e laranjas foram atiradas para o alto e “choveram” sobre os torcedores. 

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