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Copa 2018

Geração de Messi luta para não repetir vexame e deixar Copa pelos fundos

Em 2002, argentinos se despediram com empate diante da Suécia; agora, lutam para não repetir desempenho - Laurence Griffiths/Getty Images
Em 2002, argentinos se despediram com empate diante da Suécia; agora, lutam para não repetir desempenho Imagem: Laurence Griffiths/Getty Images

Marcel Rizzo

Do UOL, em Moscou (Rússia)

26/06/2018 04h00

Se não ganhar nesta terça (26), às 15h (de Brasília), da Nigéria, a Argentina será eliminada na primeira fase da Copa do Mundo pela primeira vez desde 2002, quando no Japão e na Coreia do Sul somou quatro pontos, não avançou às oitavas e, coincidentemente, também encerrou uma ótima geração de jogadores que fracassou sem conquistar um título mundial.

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Ortega, Simeone, Claudio López, Batistuta e até Caniggia estavam naquela seleção comandada por Marcelo Bielsa, que venceu a Nigéria (1 a 0), perdeu da Inglaterra (1 a 0), empatou com a Suécia (1 a 1) e caiu fora. Grandes jogadores de uma geração pós-Maradona, que tinha tudo para levantar a taça depois do triunfo de 1986, mas não conseguiu.

Mesmo caminho que pode seguir essa geração de Lionel Messi, que surgiu justamente na Copa do Mundo de 2006, depois do fracasso de 2002. Na Alemanha, ainda com a camisa 19, Messi foi chamado com 18 para 19 anos. Ficou no banco, mas entrou e marcou na vitória de 6 a 0 sobre a Sérvia e Montenegro. O primeiro de seus cinco gols em Mundiais.

Os argentinos foram eliminados nas quartas de final para a Alemanha, dona da casa, mas a safra prometia. Naquele time também apareceria Mascherano, três anos mais velho que Messi, além de nomes como Saviola, Tevez e Aimar. Aliás, este último era um dos quatro remanescentes da Copa anterior.

Em 2010, na África do Sul, juntaram-se a um Messi já camisa 10 e a um Mascherano como capitão do time de jogadores como Higuaín, Agüero, Romero e Di María. Eles completaram uma geração que, com um craque como Messi, dificilmente não ganharia uma Copa na cabeça dos torcedores argentinos. Pois bem...

Na África do Sul, sob o comando de Maradona, quatro vitórias nos primeiros jogos, mas nas quartas de final, mais uma eliminação diante da Alemanha. Só que desta vez foi por 4 a 0, em evento até hoje lembrado como vexame pelos argentinos.

Em 2014, no Brasil, parecia que chegaria a hora, apesar do futebol não tão primoroso. Messi, com ajuda de coadjuvantes como Mascherano e Di María, carregou o time nas costas até a final, quando perdeu por 1 a 0 para a Alemanha. Mas poderia ter vencido: é só se lembrar dos gols perdidos por Higuaín e Palacio na decisão.

Aos 34 anos, Mascherano sabe que não estará no Qatar aos 38. E não quer se despedir tão cedo do seu último Mundial. "Essa pode ser nossa última chance. A última chance dessa geração. Sabemos disso, e não queremos que isso termine rápido. Queremos que dure o máximo possível", disse.

Messi, como de costume, falou pouco durante a Copa. E não antecipou se vai ou não se aposentar da seleção após a Rússia. Como já ensaiou isso duas vezes, depois das derrotas para o Chile nas finais das Copas América de 2015 e 2016, há quem aposte que ele não jogará mais por seu país, perdendo ou ganhando.

O fato é que, nesta terça, Argentina x Nigéria pode marcar a despedida de uma geração de grandes jogadores, e de um craque. Que se desfrute.

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