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Queiroz reclama de portugueses: "Seleção não começou na Madeira com CR7"

Carlos Queiroz e Cristiano Ronaldo durante jogo da Copa do Mundo de 2010 - Lars Baron/Getty Images
Carlos Queiroz e Cristiano Ronaldo durante jogo da Copa do Mundo de 2010
Imagem: Lars Baron/Getty Images

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/06/2018 10h27

Carlos Queiroz saiu da Rússia magoado, apesar da campanha com a seleção do Irã, que ficou a uma finalização certa da classificação para o mata-mata da Copa do Mundo da Rússia. A tristeza do treinador português se direcionou aos compatriotas que defendem a seleção lusa, mais precisamente jogadores como Cristiano Ronaldo e Quaresma, símbolos da equipe campeã europeia no Mundial.

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Em entrevista ao Público, Carlos Queiroz se mostrou incomodado com a postura dos jogadores ao fim do jogo. Sobrou até para o grande astro do futebol mundial na atualidade.

“Não cumprimentar um treinador que serviu 12 anos nas seleções portuguesas. Conquistei títulos europeus e mundiais, com reformas e ideias. A história da Federação Portuguesa de Futebol não começou na ilha da Madeira com Cristiano Ronaldo. Começou muito antes. E os valores que eu recebi do José Augusto, do Simões, do Eusébio, do Torres, do Jaime Graça, do Humberto Coelho, do Toni não foram estes”, declarou.

“Não estou a dizer que estão errados, apenas que não são os meus e não são os de muita gente. Já tive a minha conta na África do Sul [Mundial de 2010, quando treinava a seleção]. Algumas das pessoas que tentaram destruir na altura a minha vida pessoal e profissional hoje até são réus e alguns estão na cadeia ou indo para lá”, reclamou.

A relação de Carlos Queiroz com Cristiano Ronaldo e a seleção portuguesa se tornou insustentável depois da Copa do Mundo de 2010. Depois da eliminação para a Espanha na África do Sul, o craque sugeriu que a queda no torneio tinha a responsabilidade do então treinador.

O técnico da seleção do Irã, aliás, disse que a arbitragem não “teve coragem” de expulsar Cristiano Ronaldo na partida entre as duas seleções no início desta semana. “Nem o árbitro nem ninguém. É claro e óbvio que o árbitro depois de ter sido pressionado pela equipe portuguesa não teve coragem”, disse.

“Mas não foi só isso. Logo a seguir o Cristiano interceptou uma bola com a mão no ar e não lhe é mostrado segundo amarelo. Houve ainda uma falta clara sobre o Taremi em que o William lhe faz uma ‘gravata’ por trás e não é assinalado pênalti. O VAR não indicou, mas se fosse do outro lado?”, questionou.

Capítulo Quaresma

Autor do gol português no jogo, Quaresma também foi citado individualmente pelo treinador. O camisa 20, depois da classificação, alfinetou Carlos Queiróz ao dizer que “poderia ficar horas falando sobre o treinador”. O comandante iraniano respondeu de maneira crítica ao atacante.

“O Quaresma ainda vai ter de jogar pela minha seleção e não vou tecer muitos comentários. Mas se todos os treinadores que ele teve falassem dele ficariam alguns anos a falar. Todos, desde o Sporting ao Porto. É melhor ficarmos por aqui”, ironizou Queiroz no último dia em solo russo após a eliminação.

“Se tiver de dizer alguma coisa sobre mim, que tenha coragem e diga agora. Dizer que eu não respeitei os jogadores portugueses… Como é que eu não os respeitei? Mesmo assim fiquei feliz por três jogadores portugueses me terem cumprimentado no final, o Adrien, o Bruno Alves e o Beto”, finalizou.

Quaresma, por sinal, respondeu Carlos Queiroz por intermédio de uma rede social e pediu foco para o jogo do fim de semana contra o Uruguai, válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

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