Müller some na Copa 2018 e coloca em xeque sequência artilheira para 2022
Esperava-se mais de Thomas Müller na Copa do Mundo de 2018. Autor de dez gols pela seleção alemã nas edições de 2010 e 2014 do torneio, o atacante de 28 anos chegou à Rússia com a perspectiva de se tornar o maior artilheiro da história das Copas do Mundo – e, de quebra, podendo levar a Alemanha ao pentacampeonato mundial.
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Só que deu tudo errado. A Alemanha fez apenas dois gols na Copa 2018, graças a Marco Reus e Toni Kroos na vitória por 2 a 1 sobre a Suécia. Müller passou em branco e viu sua equipe passar de favorita à eliminada na fase de grupos. Pela primeira vez em sua história, a equipe alemã não ficará nem entre os 16 primeiros colocados de um Mundial.
Nas duas primeiras partidas da Alemanha em gramados russos (derrota por 1 a 0 para o México e vitória sobre a Suécia por 2 a 1), Müller atuou do lado direito de uma linha de três atacantes que municiava o centroavante Timo Werner. Não deu certo: Werner não resolveu. Diante dos mexicanos, o time de Joachim Löw cansou de levar contra-ataques; diante dos suecos, venceram de virada aproveitando a postura recuada dos rivais.
Diante da Coreia do Sul na terceira rodada, Löw sacou Thomas Müller para a entrada de Leon Goretzka, cinco anos mais jovem – e que acabou dando lugar ao próprio Müller no segundo tempo. A Alemanha criou, mas não conseguiu balançar as redes. Pior: foi punida com dois gols dos sul-coreanos nos acréscimos do segundo tempo, marcados por Young-gwon Kim e Heung-min Son. Era o adeus alemão.
Muito embora Müller atue aberto pela direita no Bayern de Munique, e tenha atuado no mesmo setor na vitoriosa campanha da Copa de 2014, as críticas a seu posicionamento na seleção alemã têm sido comuns. Para o lateral direito Joshua Kimmich, o camisa 13 precisa atuar mais aberto para render melhor.
“É claro que é um pouco diferente, porque a divisão de espaço na seleção é um pouco diferente do jeito que fazemos no Bayern de Munique”, disse Kimmich em entrevista recente ao jornal alemão TZ. “Thomas joga mais por dentro (na seleção alemã) e eu subo mais na ala direita. No Bayern, às vezes acontece de ele jogar mais aberto e eu fico mais atrás dele. Depende sempre da situação”, completou.
Coincidência ou não, o México aproveitou o lado esquerdo do ataque para contra-atacar no jogo de estreia das duas seleções. A mudança no posicionamento de Müller foi pequena, mas digna de críticas – o blog Bavarian Football Works, da plataforma SB Nation, disse que o meia-atacante “não se adequa à posição, especialmente na seleção”.
Após a derrota contra os sul-coreanos, o site norte-americano da ESPN também fez uma avaliação ruim do camisa 13. “O que aconteceu com Müller, o Raumdeuter? O homem que encontrava espaço onde quer que estivesse? Ele não se conectou com os companheiros depois que entrou em campo”, analisou. Raumdeuter é uma expressão em alemão que pode ser traduzida para o português como “intérprete de espaços”, um elogio à capacidade de leitura de jogo do atleta do Bayern de Munique no setor ofensivo.
É bem possível que o ciclo de Thomas Müller na seleção alemã não tenha se encerrado – em 2022, na Copa do Mundo do Qatar, ele terá 32 anos. Ainda assim, a traumática queda em 2018 deverá provocar mudanças na equipe, e o atacante do Bayern precisará ralar nos próximos quatro anos se quiser pensar em chegar perto dos 16 gols de Miroslav Klose em Copas do Mundo.
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