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Um dia de família (Neymar) no estádio para ver a seleção brasileira

Rafaella, irmã de Neymar, assiste ao jogo contra a Sérvia ao lado de Davi Lucca - reprodução/Instagram
Rafaella, irmã de Neymar, assiste ao jogo contra a Sérvia ao lado de Davi Lucca Imagem: reprodução/Instagram

Luiza Oliveira

Do UOL, em Moscou (Rússia)

28/06/2018 04h00

Neymar entrava em campo para o jogo decisivo contra a Sérvia com a torcida de milhares de brasileiros em Moscou e outros milhões espalhados pelo Brasil. Mas ninguém torcia tanto por ele quanto aquelas três pessoas que estavam bem no meio do estádio: a mãe Nadine, a irmã Rafaella e o filho, o pequeno Davi Lucca. Em um dia de família comum, o clã Neymar viveu todas as emoções da vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia, com gritos pela seleção, orações, explosão no gol e... Por que não uma pausa para a pipoca no intervalo?

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A turma de Neymar no estádio era grande e estava animada, com vários amigos que puxavam coros na arquibancada. A irmã Rafaella, com o braço imobilizado por uma tipoia após uma queda na última partida, em São Petersburgo, teve de se conter um pouquinho. Passou quase o jogo todo ao lado do sobrinho Davi Lucca, da amiga da família Raíssa e de um amigo. Entre um papo e outro, acompanhava os lances com atenção e até dava uma espiadinha no telão para rever a jogada.

Sempre ao lado da tia, Davi Lucca exibia toda a sua fofura com o cabelo pintado de verde e uma camisa da seleção. Nas costas, estampou o nome "papai", não deixando dúvidas da intimidade com o camisa 10 que em campo fazia de tudo para brilhar. O pequeno acompanhou, se empolgando em alguns momentos com gritos de “Olê, olê, olê, olê, Brasil, Brasil” e “ô.. o campeão voltou”. Tímido, mas participativo. 

Só que, no alto de seus poucos aninhos, 90 minutos podem ser demais. Davi Lucca aproveitou lances de pouca emoção para, um pouco entediado, dar uma bocejada e se espreguiçar. Nos momentos de distração, também brincava com a credencial de torcedor e fazia vídeos com o celular. Quando olhou pro campo e viu um lance de perigo da Sérvia, agarrou o cabelo da tia como se não quisesse ver o fim da jogada. Por sorte, não deu em nada.

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Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Enquanto isso, na fileira de baixo e algumas cadeiras para a esquerda, estava Nadine, mãe de Neymar. Com a camisa do Brasil, ela exibia brincos verdes em homenagem à seleção e era a prova de como não é fácil ser mãe de jogador em uma Copa do Mundo. 

Enquanto todos estavam bem descontraídos, ela passou quase todo o jogo bem quietinha, com uma bandeira do Brasil enrolada no colo. Em momentos importantes, juntava as mãos, fazia orações e até pronunciava algumas palavras sozinha, como quem tenta abençoar o filho. Mudar de postura ou levantar da cadeira? Só em ataques do Brasil. O gol de Paulinho, aos 35 minutos do primeiro tempo, fez o estádio inteiro e Nadine explodirem de alegria.

No intervalo, gente como a gente, a família Neymar foi atrás de mantimentos. Nadine deu uma saidinha e voltou com pipoca e refrigerante. Ofereceu para a filha, que aceitou um gole, e aproveitou a passagem para brincar com o neto que mexia no celular. Rafaella reservou parte do tempo livre para mostrar o ambiente do estádio em um papo animado com uma amiga no Facetime.

O início do segundo tempo com a pressão da Sérvia deixou a família, que até então estava tranquila, um pouco mais apreensiva. O chute que Milinkovic mandou para fora aos 18 minutos fez Rafaella bater as pernas de nervoso, para logo em seguida comemorar o gol de Thiago Silva. As maiores emoções, claro, esbarravam no irmão, que fez ela erguer até o braço imobilizado para o céu no meio de uma jogada individual. Pena que não foi gol.

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Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Com a vantagem do Brasil no placar, a torcida aumentou o ritmo. Rafaella foi junto e deu uma gingada na hora do "Pula, sai do chão, quem é pentacampeão”. E quando a substituição de Philippe Coutinho foi anunciada, reconheceu a importância do meia para o time e acompanhou o coro da torcida balbuciando um ‘Coutinhôôô’.

Na fileira de baixo, Nadine seguia quietinha com a sua bandeira na mão como um amuleto, se levantando atenta a cada chance de gol. Mesmo com o apito final, enquanto todos comemoravam, ela manteve o ritual. Parou por alguns segundos e fez silêncio com as mãos unidas junto ao rosto. Parecia agradecer a Deus pela classificação e pela boa atuação do filho, a melhor dele após um início de Copa conturbado. Aí, já estava liberada para sorrir descontraída quando a amiga pediu uma selfie. 

Com o apito final, foi a vez de o filho aparecer na beira do campo. Neymar deu tchauzinho para a galera e olhou fixamente até encontrar os parentes. A mãe, orgulhosa, balançava os braços erguendo a bandeira e acenando. O menino sorria, devolvendo o carinho. E continuou mirando até avistar o pequeno Davi Lucca, que era levantado por alguém. “Papai te ama”, gritou do gramado, se a leitura labial da reportagem à distância não falhou. Era o fim de um dia de família feliz no estádio.