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Espanha vai se reconstruir sem pilares ou técnico e com tiki-taka criticado

Espanha lamenta eliminação na Copa do Mundo para a Rússia, nas oitavas de final, nos pênaltis - Carl Recine/Reuters
Espanha lamenta eliminação na Copa do Mundo para a Rússia, nas oitavas de final, nos pênaltis
Imagem: Carl Recine/Reuters

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Moscou

02/07/2018 04h00

Não foi só uma eliminação dolorida nas oitavas de final: a Espanha acaba sua Copa do Mundo sem pilares de sua seleção, sem um técnico definido e sob críticas em relação ao seu estilo de jogo. Será necessário ao time campeão em 2010 rever tudo que tem sido feito, já que a equipe daquele título praticamente se desfaz. E há uma dificuldade entre os espanhóis de entender os questionamentos ao seu modelo de futebol.

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Primeiro, o time perde Iniesta e provavelmente Piqué para o próximo ciclo. Segundo, o técnico Fernando Hierro, que substituiu Julen Lopetegui às vésperas do Mundial, não deve ficar no cargo. "Esse é um debate que obviamente sendo eliminados não cabe agora. Vamos esperar uma semana. Agradeço sua dedicação, Hierro, seu profissionalismo. Em uma semana, começaremos a trabalhar", afirmou o presidente da Federação Espanhol, Luis Rubiales.

O cartola achou a atuação do time bem superior à da Rússia, mas não quis falar sobre a campanha do Mundial. Um dos candidatos a substituir Hierro é o ex-jogador Michel, que tem uma história dentro da seleção, e teve bom desempenho com alguns times no campeonato local, como Rayo Vallecano, Getafe e Malaga. Ele está desempregado desde janeiro de 2018.

Michel, técnico do Malaga - Divulgação/Malaga - Divulgação/Malaga
Michel, ex-técnico do Malaga, jogou pela seleção espanhola as Copas do Mundo de 1986 e 1990
Imagem: Divulgação/Malaga

Rubiales também vai ter que lidar com problemas surgidos no grupo por conta da demissão de Lopetegui, contratado pelo Real Madrid às vésperas do Mundial. A informação de jornais espanhóis que houve divisão de opinião entre os jogadores de Barcelona e Real Madrid sobre o assunto. Mesmo eliminado, Rubiales não se arrepende da decisão.

Um dos que devem ficar como pilares para a reconstrução do time é Sergio Ramos, o capitão da seleção. "São jogadores que marcaram por muitos anos. Mas há gente que sobe pisando forte, as seleções têm mudanças de gerações. É bom que tenhamos jogadores das divisões de base para promover. Gostaria de seguir porque saio frustrado desse Mundial. Me vejo obrigado a ir ao Qatar com a barba branca", disse.

A maior discussão, para além de nomes, é se a Espanha deve se manter fiel ao seu estilo tiki-taka, consagrado no Barcelona e adotado na seleção. De saída, Iniesta entende que é o caminho que levou êxito ao time. Mas os mais de mil passes em um jogo de poucas conclusões e uma eliminação geram muitas críticas a esse modelo. Resta saber que tipo de ajustes serão feitos pelo futuro treinador.

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