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Fogueira máxima, Copa é palco de estreia de Brasil de Tite em mata-mata

O técnico Tite orienta os jogadores do Brasil durante jogo contra a Sérvia - Stuart Franklin - FIFA/FIFA via Getty Images
O técnico Tite orienta os jogadores do Brasil durante jogo contra a Sérvia Imagem: Stuart Franklin - FIFA/FIFA via Getty Images

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida, Pedro Lopes e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo e Samara, Rússia

02/07/2018 04h00

O elenco que disputa a Copa pelo Brasil é experiente, com diversas decisões em mata-mata divididas entre os jogadores. O mesmo se aplica ao seu treinador. Como conjunto, entretanto, a seleção enfrenta uma situação inédita nesta segunda, diante do México, às 11h, e terá sua primeira partida eliminatória na “era Tite” na maior dentre as chamadas “fogueiras”, o próprio Mundial.

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Em termos de experiência diante da adversidade, a seleção brasileira de Tite é, ironicamente, uma espécie de “vítima” de sua própria competência. Desde a chegada do técnico, o Brasil não disputou nenhum jogo em mata-mata, sofreu apenas uma derrota e só saiu atrás no placar duas vezes. São 19 vitórias, quatro empates, uma derrota e um aproveitamento de 84,7%.

Em uma das vezes em que saiu perdendo, o Brasil acabou derrotado por um magro 1 a 0 em amistoso contra a Argentina, em junho do ano passado. Na outra, não só virou como goleou o Uruguai por 4 a 1 pelas Eliminatórias, em março, também em 2017.

Neste domingo, Thiago Silva foi questionado sobre as oitavas de final da Copa em entrevista coletiva. Antes do zagueiro responder, Tite pediu a palavra para dizer que, desde o empate contra a Suíça, na estreia, a seleção já vive um mata-mata. Pode parecer exagero, mas o comandante brasileiro tem lá sua razão. A primeira atuação morna levou a uma chegada à terceira rodada da fase de grupos sem classificação garantida, e foi o pico máximo de pressão e adversidade vivido desde a queda de Dunga em 2016. A partir de agora, o nível de tensão aumenta a cada partida.

O Brasil reagiu bem à turbulência inicial. Pegou uma defesa fechada diante da Costa Rica e martelou até levar os três pontos com dois gols nos acréscimos da segunda etapa. Contra a Sérvia, fez uma partida segura, suportou os poucos minutos de pressão do adversário e garantiu o primeiro lugar do grupo com mais um 2 a 0.

Enquanto isso, algumas das seleções que dividiam com a brasileira o favoritismo na briga pelo título da Copa – parte delas até mais calejada em jogos eliminatórios – ficaram pelo caminho. O Mundial da Rússia é difícil e surpreendente, e a Alemanha, campeã em 2014, não passou da fase de grupos. Argentina e Espanha, por sua vez, caíram nas oitavas de final. Do grupo tradicionalmente considerado como primeiro escalão de candidatos a vencer, restam Brasil e França. Uruguai e Inglaterra são outros campeões mundiais que seguem na briga.

A chegada de um grupo a uma Copa do Mundo sem ter disputado nenhuma partida eliminatória nos últimos dois anos pode não ser ideal, ainda que se deva ao fato de Tite ter assumido o cargo em 2016, no meio do ciclo de preparação. É uma seleção que não traz grandes viradas, em grande parte por ter feito campanha irrepreensível nas Eliminatórias, sem quase nunca se colocar em uma situação delicada.

Os currículos de técnico e jogadores indicam que, individualmente, o Brasil saberá se portar quando a pressão e adversidade aumentarem. Como conjunto, não existe mais alternativa que não demonstrar isso na prática, jogo a jogo, a partir desta segunda-feira, diante do México, em Samara.