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Próxima rival do Brasil, seleção belga é agressiva, vertical e vulnerável

Jan Vertonghen, da Bélgica, comemora o primeiro gol de seu time em partida com o Japão - Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images
Jan Vertonghen, da Bélgica, comemora o primeiro gol de seu time em partida com o Japão Imagem: Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images

Julio Gomes

Colaboração para o UOL, em Rostov (Rússia)

02/07/2018 17h03

A Bélgica é uma seleção muito mais parecida com o Brasil do que com as outras “grandes” eliminadas da Copa do Mundo. A geração irá encarar os pentacampeões nas quartas de final após vencer de virada os japoneses, por 3 a 2, pelas oitavas de final da Copa do Mundo.

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É uma seleção que gosta de ser agressiva e muito vertical quando tem a bola, realizando a transição rápida, sem fazer muita questão de ter a posse por longos períodos – o gol da virada sobre o Japão, nos acréscimos, mostra isso perfeitamente.

Assim como o Brasil, que não faz questão de controlar o jogo e acelera quando recupera a bola para acionar os quatro homens de frente e tentar criar situações de um contra um.

Bélgica - Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images - Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images
Imagem: Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images

A grande diferença entre Brasil e Bélgica fica na maneira de defender. O Brasil exige mais de seus atacantes e tem um sistema sólido. A Bélgica é mais vulnerável, pois não gosta de recuar Lukaku, Mertens e Hazard para a marcação.

Essa agressividade talvez seja a mais clara influência do futebol jogado na Premier League inglesa sobre esta seleção.

Roberto Martínez, o técnico, é espanhol de Balaguer (Catalunha). Mas foi jogar na Inglaterra quando tinha 22 anos e nunca mais voltou. Jogou por 12 anos em times pequenos, tornou-se técnico aos 34 e treinou Swansea, Wigan e Everton antes de assumir a Bélgica.

Dos titulares, sete atuam em times grandes da Premier League

E justamente dois dos que não atuam são os pontos vulneráveis do time. Meunier (PSG), pela direita, e Carrasco (Dalian da China), pela esquerda, são os alas em um time montado com três zagueiros. Em muitos momentos, e a comissão técnica da seleção brasileira recebeu essa informação de seus “olheiros” espalhados pela Copa, a Bélgica defende com 5-2.

Monta a linha de cinco atrás, com Witsel e De Bruyne à frente deles – dois volantes sem as características dos tradicionais “cães de guarda”. E deixa Hazard, Mertens e Lukaku soltos, sem obrigações defensivas, para puxar a transição com velocidade e qualidade.

Só que Meunier e Carrasco não são laterais de origem, jogaram parte de suas carreiras como pontas ofensivos. São jogadores com muitas dificuldades para marcar, para não serem driblados. Aí está a grande vulnerabilidade belga.

O segundo gol japonês expôs a outra vulnerabilidade. A falta de pegada de Witsel e De Bruyne à frente da área.

No jogo contra o Japão, Martínez alterou a dinâmica da partida quando pediu linha de quatro atrás, tirou Carrasco e Mertens e colocou Fellaini e Chadli em campo.

Chadli, autor do gol da virada, foi muito superior a Carrasco na fase ofensiva. E Fellaini trouxe uma força pela direita que o time não viu com Mertens, alem de ser uma arma no jogo aéreo.

A seleção belga, em suma, tem muito poderio ofensivo, muito talento e não gosta de especular com a bola. Gosta de velocidade e agressividade. Mas deixa muitos buracos a serem explorados.

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