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Copa 2018

Inglaterra encerra tabu ao vencer Colômbia nos pênaltis e vai às quartas

Do UOL, em São Paulo

03/07/2018 17h52

A Copa do Mundo está acabando! As oitavas chegaram ao fim nesta terça-feira (3), em jogo muito quente e cheio de desentendimentos. Melhor para a Inglaterra, que venceu a Colômbia nos pênaltis por 4 a 3, após empate por 1 a 1 nos 120 minutos, em Moscou, e se classificou para as quartas como adversária da Suécia.

Clique aqui e veja os gols da partida.

Falcao e Kane converteram suas cobranças, assim como Cuadrado, Rashford e Muriel. Mas Henderson, que já tinha feito partida ruim, desperdiçou sua chance. Uribe lamentou quando seu chute bateu no travessão, e mais ainda quando viu Trippier marcar e Bacca perder. Dier fez o último e deu a vaga à Inglaterra.

Antes desta terça, a seleção inglesa nunca tinha vencido uma decisão por pênaltis em Copas. Em 1990, perdeu para a Alemanha na semifinal. Em 1998, caiu para a Argentina nas oitavas. E, em 2006, foi derrotada por Portugal nas quartas de final.

O duelo teve contornos de tensão e muita confusão. Harry Kane, artilheiro da Copa com seis gols, abriu o placar em cobrança de pênalti. No coração, Mina empatou aos 47 do segundo tempo.

O confronto entre Suécia e Inglaterra acontece no sábado, dia 7 de junho, às 11h (de Brasília). É importante lembrar que o fim das oitavas de final traz uma pausa de dois dias ao torneio, e não haverá partidas nesta quarta ou quinta-feira. As quartas começam na sexta.

O melhor: Harry Kane

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Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Era nítido que havia a preocupação em não dar chances para Harry Kane marcar pelo alto. Enquanto a Inglaterra pressionava na saída de bola e tentava jogar nos erros dos rivais, a Colômbia cuidava das bolas aéreas e sofria para engatilhar bons contra-ataques.

Mas nem sempre foi possível pará-lo. Depois de um escanteio aos oito do segundo tempo, o próprio Kane foi segurado por Sanchez na área, e o árbitro norte-americano Mark Geiger apitou pênalti sem hesitar. Na cobrança, o artilheiro converteu.

Ele ainda conquistou uma marca quase tão impressionante quanto o resultado. Aos 24 anos e em seu primeiro Mundial, Kane chegou a seis gols pela Inglaterra e, agora, é o segundo maior goleador da seleção em Copas, atrás apenas de Gary Lineker, com 10.

O pior: Henderson

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Imagem: Reprodução/SporTV

Com o que se falou nos últimos dias sobre o comportamento de Neymar, é de se esperar que os ingleses discutam muito a postura de Henderson. Ele simulou agressão de Barrios em seu rosto (em lance no qual o colombiano o toca no peito), errou quase metade dos passes que tentou e ainda perdeu sua cobrança na decisão por pênaltis.

Alguns torcedores ainda escreveram nas redes sociais que, apesar das simulações, Henderson nem mesmo é talentoso como Neymar. Não satisfeito, ainda deu uma cabeçada em Yerry Mina antes da cobrança de pênalti de Kane e levou amarelo.

Mina e o sacrifício latino

mina - Clive Rose/Getty Images - Clive Rose/Getty Images
Imagem: Clive Rose/Getty Images

O torcedor brasileiro o conhece bem, e desta vez a dancinha nem foi a primeira reação de Yerry Mina. Ao empatar o jogo aos 47 do segundo tempo com um toque de cabeça, o zagueiro esquentou o sangue latino, esqueceu as dores, foi para a galera e extravasou muito. Só lembrou de dançar depois.

A entrada de Uribe no lugar de Sanchez foi um dos fatores que melhoraram o desempenho colombiano. Aos 46 do segundo tempo, antes do levantamento que deu o gol a Mina, Uribe foi o primeiro a exigir uma grande defesa do goleiro Pickford e ganhou o escanteio. Empate heroico, mas nada além disso.

Cuidado, jogo inflamável

henderson - Matthias Hangst/Getty Images - Matthias Hangst/Getty Images
Imagem: Matthias Hangst/Getty Images

O jogo não foi um primor de técnica, tampouco teve dribles quentes, mas o ambiente era de muita animosidade. Aos 39 do primeiro tempo, Barrios encostou a cabeça no peito de Henderson, que levou a mão ao rosto e disse sentir dores ali. Cuadrado se irritou, discutiu com Lingard e fez o árbitro Mark Geiger intervir.

Quando Mina caiu após desentendimento com Sterling, por exemplo, o árbitro nem correu para chamar a atenção de um dos dois. O mesmo vale sobre os empurrões trocados entre Cuadrado e Maguire aos 32 do primeiro tempo.

O futebol vai para “casa”?

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Imagem: AFP PHOTO / Tolga AKMEN

Há quem diga que a Colômbia seria o rival mais difícil que a Inglaterra teria em seu caminho. O bom desempenho na Copa do Mundo já faz com que os ingleses acreditem que o futebol “voltará para casa” este ano, em referência ao fato de que foram eles que inventaram a modalidade.

Agora que está nas quartas de final, a seleção inglesa terá de se provar diante de um desafio ainda maior. Afinal, o time campeão de 1966 não passa das quartas e não vai a uma semifinal de Copa desde 1990, e só jogou uma decisão até hoje, justamente em 1966.

Colômbia mudou muito

borja james - Alastair Grant/AP - Alastair Grant/AP
Imagem: Alastair Grant/AP

Ao contrário da Inglaterra, que contou com o retorno de Dele Alli, a Colômbia não teve a mesma sorte. Como o astro James Rodríguez não se recuperou de lesão na panturrilha direita, o técnico José Pékerman optou por reforçar o seu meio-campo.

No lugar do meia do Bayern de Munique, o argentino escalou o volante Lerma. James sequer foi opção no banco. Assim como o camisa 10, o atacante Borja, do Palmeiras, também não foi levado para o Spartak Stadium.

A decisão também foi feita na tentativa de espelhar a escalação da Inglaterra. Com um meio mais estável, Barrios e Lerma poderiam focar em Sterling, enquanto Sanchez cuidaria de Dele Alli. Enquanto isso, Cuadrado e Quintero teriam, em tese, menos responsabilidades defensivas. A questão é que não aproveitaram esta liberdade no ataque.

Gritaram olé cedo demais

Primeiro tempo, 24 minutos, 0 a 0. A Colômbia nem sequer havia levado perigo no ataque, mas, naquele momento, sua torcida achou que já era hora de gritar “olé”. Na etapa final, quando a Inglaterra vencia por 1 a 0, os colombianos passaram a cantar "si se puede" (algo como "nós podemos"). Não puderam.

Pekerman iguala recorde

José Pekerman foi eliminado, mas pelo menos teve tempo de bater um recorde individual. O comandante da Colômbia é, a partir desta terça-feira, o técnico argentino com mais partidas de Copa do Mundo no currículo. São 14 no total, 5 pela seleção argentina e 9 pela equipe colombiana. Ele igualou a marca de Carlos Salvador Bilardo.

FICHA TÉCNICA
COLÔMBIA 1 (3) X (4) 1 INGLATERRA

Data e hora: 3 de julho de 2018, às 15h
Local: Spartak Stadium, em Moscou (Rússia)
Árbitro: Mark Geiger (EUA)
Auxiliares: Joe Fletcher (Canadá) e Frank Anderson (EUA)
Cartões amarelos: Barrios, Arias, Sanchez, Falcao, Bacca (Colômbia); Henderson, Lingard (Inglaterra)
Gols: Yerry Mina, aos 47 do segundo tempo; Harry Kane, aos 11 do segundo tempo (Inglaterra)

Pênaltis:
Converteram:
Falcao, Cuadrado e Muriel (Colômbia); Harry Kane, Rashford, Trippier e Dier (Inglaterra)
Perderam: Uribe e Bacca (Colômbia); Henderson (Inglaterra)

COLÔMBIA: Ospina; Arias (Zapata), Yerry Mina, Sanchez e Mojica; Barrios, Sanchez (Uribe), Lerma (Bacca), Cuadrado e Quintero (Muriel); Falcao
Técnico: Jose Pekerman

INGLATERRA: Pickford; Walker (Rashford), Stones e Maguire; Henderson, Trippier, Dele Alli (Dier), Lingard e Young (Danny Rose); Sterling (Vardy) e Harry Kane
Técnico: Gareth Southgate

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