Pode chamar de Libertadores: Colômbia x Inglaterra é jogado em clima hostil
Oitavas de final de Copa do Mundo, mas pode chamar de mata-mata de Libertadores. O jogo entre Inglaterra e Colômbia teve todos os ingredientes da principal competição sul-americana, famosa pela catimba: jogador se atirando em simulação, árbitro rodeado por atletas, colombianos não querendo deixar inglês cobrar pênalti e torcida xingando e pressionando arbitragem.
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Com mais colombianos na arquibancada, o clima desde o início foi favorável aos sul-americanos, mas dentro de campo eles sofriam para ter a posse de bola. Com mais volume, a Inglaterra passou a comandar as ações, e a Colômbia passou a tentar desestabilizar o time europeu.
Cuadrado, por exemplo, em toda falta ficava na frente da bola, longe de estar nos 9,15 metros de distância, atrapalhando a cobrança. Em bolas levantadas na área, os jogadores se agarravam, e o árbitro americano Mark Geiger começou a se atrapalhar (ele, aliás, é um dos queridinhos da Fifa nesta Copa da Rússia, atuando com frequência como árbitro de campo e também chefiando equipes do VAR na sala de controle em Moscou).
Ainda no primeiro tempo, o jogo ficou parado por mais de três minutos quando Barrios acertou Henderson com a cabeça, meio no ombro, meio no queixo, mas o inglês desabou no gramado. O empurra-empura acabou no amarelo do colombiano, após análise do VAR, em decisão que irritou os ingleses, que queriam o vermelho.
Os bancos de reservas também entraram na tensão. O técnico colombiano Jose Pekerman ficou boa parte do jogo ao lado do quarto árbitro Matt Conger, da Nova Zelândia, pressionando. Os ingleses, percebendo, elegeram um membro da comissão técnica para também ficar por ali, e sempre que Pekerman encostava em Conger, o inglês ia junto para evitar a pressão.
O gol de Kane, de pênalti, acendeu os torcedores colombianos, que passaram a se manifestar principalmente contra a arbitragem. Em lances mais duvidosos, pediam o VAR (novo grito de torcida que pode virar moda agora com o árbitro de vídeo). Em outros momentos, com Geiger meio confuso invertendo algumas faltas, passaram a homenageá-lo no melhor estilo sul-americano: "hijo de p..., hijo de p..., hijo de p..."
Em qualquer lance um pouco mais duvidoso, o árbitro era cercado pelos atletas, em reclamação - atitude mais comum no futebol sul-americano. Os ingleses, provavelmente orientados, faziam o mesmo e não deixavam os colombianos sozinhos em volta de Geiger.
Quando a Colômbia precisou atacar, já que estava em desvantagem, o jogo acalmou, já que a pressão não era forte e os ingleses controlam bem os nervos. Somente Falcao, por duas vezes, reclamou ter sofrido pênalti, as duas ignoradas pelo árbitro. Teve jogador caindo no gramado com cãibra? O inglês Maguire ganhou uns minutinhos preciosos (que no final do tempo regulamentar ajudaram o gol do empate de Mina).
Durante a prorrogação o clima foi mais tranquilo, apesar de princípios de confusão nos primeiros minutos. Na hora da cobrança de pênaltis a torcida tentou fazer a diferença a favor da Colômbia com muitas vaias aos ingleses. No fim, vitória por 4 a 3 nos pênaltis após empate com bola rolando e classificação da Inglaterra às quartas de final.
Ao fim da partida, não houve invasão de campo, policial entrando com escudo para árbitro sair de campo, ou arremesso de copos e radinhos de pilha no gramado. O clima de Libertadores parece que ficou mesmo nos 120 minutos.
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