Topo

Rússia

Dia de glória acaba em choro da torcida após eliminação da Rússia em Sochi

Russos miravam vaga nas semifinais, mas acabaram eliminados nos pênaltis pelos croatas - Robert Cianflone - FIFA/FIFA via Getty Images
Russos miravam vaga nas semifinais, mas acabaram eliminados nos pênaltis pelos croatas Imagem: Robert Cianflone - FIFA/FIFA via Getty Images

Julio Gomes

Colaboração para o UOL, em Sochi (Rússia)

07/07/2018 18h14

“Quem, se não vocês? Quando, se não agora?”. As duas faixas azuis, ocupando todo o gomo de arquibancada ao fundo de um dos gols do estádio Fisht, em Sochi, foram abertas antes do início da partida entre Rússia e Croácia neste sábado, válida pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2018. Anfitriã do torneio, a seleção russa jogava em casa por algo que ninguém esperava.

- Copa 2018: Assista aos gols de Rússia 2(3)x 2(4) Croácia
- Copa vai chegando a sua reta final; veja os próximos jogos decisivos
- Geração Neymar falha novamente e Brasil chega a 8 anos de coadjuvante
- Com pouco brilho e dores, Neymar dá adeus melancólico à Copa

As faixas são um pequeno exemplo da proporção que havia tomado o confronto contra a Croácia. Uma equipe desacreditada, desprezada, tanto em casa quanto fora, podia chegar a uma semifinal de Copa do Mundo, feito conquistado somente pelo histórico time soviético em 1966.

Sochi viveu um sábado de êxtase, com pessoas de toda a Rússia vindo para o evento histórico. Quando, se não agora?

Gente como o casal Oleg e Natalia, que veio de Moscou. Oleg passa o jogo enrolado na bandeira do Brasil. Seria uma homenagem a Mário Fernandes? Não. Apenas porque Natalia “ama o Brasil”.

Mário foi de herói improvável a vilão histórico. Fez o gol de empate russo faltando cinco minutos para o fim da prorrogação, levando o país ao êxtase. Pouco depois, chutou para fora um dos pênaltis da disputa que acabou sendo vencida pelos croatas por 4 a 3.

Mas ninguém reclama de Mário Fernandes. O brasileiro chegou até a reger a plateia em um momento do segundo tempo, levantando o estádio. Ao final da prorrogação, foi cumprimentado por todos os seus companheiros, um a um.

O pênalti final, marcado por Ivan Rakitic, foi sucedido por aplausos. O estádio viveu o jogo intensamente, com gritos de “Rússia, Rússia”, especialmente nos momentos mais difíceis da partida, quando a Croácia pressionava ou, de fato, vencia na prorrogação.

Oleg chorou. Não foram muitas as pessoas chorando no estádio. As expressões misturam tristeza e alegria, chateação pela derrota, orgulho por tudo. Mas ele chorou, com a bandeira do Brasil enrolada no pescoço. Bateu a mão no peito, lábios trêmulos. O sonho russo acabou.

Rússia