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AFA diz não querer, mas Sampaoli insiste em ficar, e Argentina vive impasse

Sampaoli comandou a Argentina durante a Copa - Julio Muñoz/EFE
Sampaoli comandou a Argentina durante a Copa Imagem: Julio Muñoz/EFE

Tales Torraga

Colaboração para o UOL

09/07/2018 15h43

A seleção argentina segue o impasse sobre a continuidade do técnico Jorge Sampaoli. A reunião desta segunda-feira não resolveu a situação do treinador. A princípio ele fica, mas só há garantia até o fim do mês quando nova análise será feita.

Segundo apurou o UOL Esporte, a reunião estava inicialmente prevista para esta terça, mas foi antecipada para hoje porque Daniel Angelici, presidente do Boca e vice da AFA, viajaria com o time para os Estados Unidos nesta noite. E como este 9 de julho é o dia da independência argentina, a AFA tentou também que a data simbolizasse um novo ciclo para a seleção – em vão. Jorge Sampaoli manteve com firmeza a sua intenção de continuar à frente da equipe, e o órgão deixou claro que não pretende continuar com os seus serviços, algo que já se sabia desde a campanha da Argentina no Mundial.

As duas partes ficaram de voltar a conversar e deixar que os respectivos advogados destravem o atual contrato que prevê o pagamento de US$ 8,2 milhões em caso de rompimento unilateral. Sampaoli não abre mão de receber o valor correspondente, e a AFA tentou intimidá-lo vazando alguns dos seus exorbitantes gastos na preparação para a Copa do Mundo. Na conversa de hoje, o técnico manteve a tranquilidade e em momento algum se exasperou com os seus comandantes na esperança de seguir no cargo ao menos até a Copa América do ano que vem, quando ele poderá ser dispensado praticamente sem indenização. É esta possibilidade que Sampaoli aposta para seguir à frente da azul e branca, embora Chiqui Tapia, presidente da AFA, e Daniel Angelici pretendam se livrar dele o mais rápido possível para negociar com Diego Simeone, Mauricio Pocchetino ou Marcelo Gallardo, o trio de preferência de ambos.

A AFA, porém, ouviu de Sampaoli que ele está disposto a assumir a seleção Sub-20 no Torneio Internacional de La Alcuida (Espanha), que será disputado a partir do próximo dia 28. O cargo está vago depois que Sebastián Beccacece, assistente de Sampaoli na seleção principal, pediu demissão e disse que não trabalha mais com Jorge. "O que tinha para dizer de Sampaoli, falei na cara dele", comentou Beccacece ao ser reapresentado hoje como treinador do Defensa y Justicia, clube ao qual retorna - foi nele que eliminou o São Paulo da Copa Sul-Americana do ano passado.

Faz sentido, portanto, imaginar que a AFA queira Sampaoli apenas para preencher este buraco, para depois acelerar a sua fritura e abrir espaço para o seu sucessor na seleção principal. De acordo com o jornal argentino "Olé", Sampaoli faz parte dos planos de três seleções que procuram técnicos: México, Costa Rica e Estados Unidos.

A seleção volta a se reunir apenas em 6 de setembro, contra a Guatemala, em Los Angeles, mas ninguém hoje tem condições de afirmar quem será o técnico. As Copas passam, mas o caos argentino continua.

Em nota oficial, a AFA confirmou a reunião realizada e a intenção de fazer Sampaoli iniciar um trabalho nas categorias de base.

"A reunião, que aconteceu no prédio de Ezeiza e durou aproximadamente uma hora, foi sobre o desempenho e rednimento da seleção na última Copa do Mundo que disputou na Rússia. Além disso, o vínculo estabelecido entre as partes e a metodologia de trabalho implementados até a data, após saída de Sebastián Beccacece (técnico do sub-20), Jorge Sampaoli será o responsável por comandar a equipe no torneio que se disputará em L'Alcudia, Valencia, no final de julho. Na próxima reunião do Comitê Executivo, marcada para o fim do mês, os dirigentes irão realizar uma avaliação conjunta de como foi o processo do treinador até o momento", disse a entidade.

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