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Sem espaços, quarteto belga que derrubou Brasil trava contra a França

Hazard, da Bélgica, e Pavard, da França disputam bola: camisa 10 se desdobrou, mas não decidiu - Alexander Hassenstein/Getty Images
Hazard, da Bélgica, e Pavard, da França disputam bola: camisa 10 se desdobrou, mas não decidiu Imagem: Alexander Hassenstein/Getty Images

Dassler Marques, Felipe Pereira, Julio Gomes, Marcel Rizzo e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em São Petersburgo (Rússia)

10/07/2018 17h02

Liderar a Bélgica a uma inédita final de Copa do Mundo era uma responsabilidade que recaía, principalmente, sobre os ombros de quatro jogadores belgas. Grandes nomes da vitória histórica sobre o Brasil na última sexta-feira (6), Courtois, De Bruyne, Hazard e Lukaku não conseguiram ser novamente decisivos. O sonho dos Diabos Vermelhos irem ao Estádio Luzhniki no fim de semana não se realizou.

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Nesta terça (10), com gol de Umtiti em mais uma bola parada que decide na Copa da Rússia, a França venceu por 1 a 0 e se credenciou para a luta do título ao apresentar à Bélgica um cenário muito diferente ao do jogo contra o Brasil. Fechada à defesa, sem dar espaços e sem fazer questão da posse, a equipe francesa impediu os protagonistas belgas de brilharem em São Petersburgo pelo segundo mata-mata seguido. 

Roberto Martínez, que muda seu time de cara de acordo com cada jogo no mata-mata, trocou as peças de lugar para encarar a França. Com um sistema 4-2-3-1, fez Lukaku deixar a ponta e voltar a ser centroavante para brigar contra Varane e Umtiti. De Bruyne fez o inverso: falso nove que buscou as costas de Fernandinho nas quartas, foi aberto à direita para criar. E nesse quebra-cabeça de Martínez, só Hazard conseguiu ter um jogo à altura de seu potencial entre os homens da frente.

de bruyne - Shaun Botterill/Getty Images - Shaun Botterill/Getty Images
Imagem: Shaun Botterill/Getty Images

Capitão belga, o camisa 10 voltou a ser o terror dos defensores. Homem de uma dezena de dribles contra o Brasil, ele conseguiu mais sete vezes passar pela marcação. Arrancou um amarelo de Kanté em uma das quatro faltas que recebeu. Acertou um chute lindo na área, cortado por Varane, e foi o mais ativo em uma segunda etapa em que Lloris foi pouco ameaçado.

Homem que parou o Brasil no segundo tempo em Kazan, Courtois fez o que estava a seu alcance. Na primeira etapa, a defesa mais linda, em chute de Pavard, impediu que a França abrisse o placar. No segundo, defender a cabeçada de Umtiti era algo impossível, mas o goleiro do Chelsea acresceu duas intervenções lindas à sua galeria na Rússia, contra Griezmann e Tolisso, nos acréscimos. 

Lukaku, o homem que atropelou Fernandinho, Marcelo e travou um duelo marcante contra Miranda, torceu e trabalhou para que alguma bola perigosa chegasse à área, mas deixou a semifinal com apenas uma finalização, errada. Contra a força de Varane e a rapidez de Umtiti, foi abatido pela falta de oportunidades que nem as entradas de Mertens e Carrasco conseguiram oferecer. A França, a exemplo das quartas, saiu sem ser vazada. 

De Bruyne, encarregado de ser o homem das assistências, aberto à ponta direita para ter mais campo com a perna esquerda, deixou justamente Lukaku e Hazard, uma vez cada, em situação de marcar, mas não saiu nenhum gol. Sem espaços, como na finalização que mandou o Brasil para casa, passou longe de ameaçar Lloris.

Com a derrota, a Bélgica ainda assim poderá superar, no próximo sábado, seu melhor resultado em Mundiais. A seleção responsável por eliminar o Brasil jogará em São Petersburgo contra ingleses ou croatas atrás de uma posição acima do quarto lugar de 1986. Chance para Hazard e companhia terem um grande prêmio de consolação. 

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