Topo

Argentina

Jornal: Discussões diárias e até mão no ombro de Messi explicam crise

Sampaoli comanda treino da Argentina com Lionel Messi ao fundo - Albert Gea/Reuters
Sampaoli comanda treino da Argentina com Lionel Messi ao fundo Imagem: Albert Gea/Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/07/2018 08h57

A campanha irregular da Argentina ao longo da Copa do Mundo da Rússia foi acompanhada de informações sobre o ambiente interno ruim na delegação, situação que foi detalhada pelo jornal "El Clarín" desta sexta-feira (13). Entre outros fatos, a publicação disse que o técnico Jorge Sampaoli e o auxiliar Sebastián Beccacece discutiam diariamente e até um conselho de Beccacece com a mão no ombro de Lionel Messi gerou desgaste ao longo da preparação.

- Por que perdemos? Os fatores que contribuíram para a queda da seleção
- Perrengues na Rússia: de motorista dorminhoco a hotel de filme de terror
Copa mostra que árbitro de vídeo pode minar agressões e "malandragens"

O episódio, segundo o jornal, ocorreu ainda durante a fase de treinamentos da Argentina para amistoso contra a Itália, em março deste ano. O relato diz que o auxiliar Beccacece deu uma orientação ao meio-campista na atividade. "Leo, assim não. Convém a você ir para o outro lado”.

Mas o que incomodou Messi, de acordo com o “Clarín", foi a mão em seu ombro colocada pelo auxiliar na hora de passar o conselho. Ficou calado no momento, mas depois de um tempo teria conversado com Sampaoli e pedido que a situação protagonizada pelo seu auxiliar não se repetisse.

Beccacece, segundo uma fonte não identificada citada pelo jornal, também mantinha discussões diárias com o técnico Sampaoli. Uma delas, mais ríspida, ocorreu antes da partida contra a Croácia na primeira fase e na frente dos jogadores. O jornal diz que o episódio “começou a erodir com mais força a autoridade de Sampaoli” junto ao grupo.

A partir desta briga, e da derrota para a Croácia por 3 a 0, os jogadores da Argentina passaram a exercer ainda mais influência na escalação do time. A imprensa argentina, ao longo da campanha, já tinha publicado que a equipe passou a ser mais de Messi (e Mascherano) do que de Sampaoli, mas o Clarín vai mais a fundo na história e cita dois jogadores em especial que teriam sido "vetados" pelo camisa 10.

Usados com frequência ao longo da preparação, Federico Fazio e Giovani Lo Celso pouco jogaram na Rússia. Segundo o Clarín, dentro da seleção, atribuíam a ausência a "alguns comentários que Messi teria feito ao treinador", como imperfeições na saída de bola do zagueiro da Roma e um estilo de passe de Lo Celso que não o convencia.

O jornal ainda cita uma outra versão que circula, mas considerada “louca”, de que Messi teria se irritado com um drible levado no treino e uma derrota no FutMesa, ambas para Lo Celso. O entorno do meio-campista nega com veemência estas versões.

Por último, o jornal argentino diz que, enquanto o time escalado contra a Nigéria foi “70% de Messi e 30% de Sampaoli”, o da eliminação para a França, na derrota por 4 a 3, teve mais a influência do treinador, com o camisa 10 jogando como “falso nove”. Tentativa que fracassou.

Vale lembrar que, apesar da campanha atribulada e da crise de relacionamento, Jorge Sampaoli ainda permanece como técnico da seleção argentina. Embora seja desejo da Associação de Futebol Argentino (AFA, na siga em espanhol) a demissão, a alta multa rescisória faz com que a entidade ainda busque a solução para o impasse.

Argentina