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Modric mostra humildade por Bola de Ouro, mas admite: "legal de imaginar"

Modric durante entrevista neste sábado, véspera da final da Copa - Alexander Nemenov/AFP
Modric durante entrevista neste sábado, véspera da final da Copa Imagem: Alexander Nemenov/AFP

Danilo Lavieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Moscou (Rússia)

14/07/2018 06h41

A postura corporal, o semblante que não muda e as palavras modestas, quase blasé, mostram que Luka Modric, fora de campo, é o mesmo jogador que não reivindica brilho para si próprio. Na véspera da final da Copa do Mundo contra a França, o principal jogador croata foi incumbido de falar, mas só chamou atenção pela discrição. Mesmo assim, admitiu que a possibilidade de ganhar a Bola de Ouro é algo capaz de mexer com qualquer um. 

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"Eu repito várias vezes que estou focado na seleção, no sucesso dela. Se você fala neste contexto, é bem legal imaginar [sobre a Bola de Ouro]. É muito legal. Mas não penso nisso com antecedência. Quero que a gente ganhe e que leve a taça. O resto está fora do meu controle. Não quero ficar repetindo que o que está em primeiro lugar é o time e não os prêmios individuais", disse Modric. 

A serenidade também foi demonstrada na primeira pergunta da manhã, em Moscou. Alguma resposta aos muitos críticos que possui na Croácia? "Honestamente, não tenho nada especial para dizer a eles. Eu preciso dizer que nunca duvidei de mim mesmo. Em respeito a outras expectativas, eu sempre acreditei que poderia chegar onde estou. Graças a Deus está sendo realizado. Estou feliz por estar onde estou. O resto só me motiva", acrescentou. 

Modric também deu respostas breves e discretas sobre outros temas palpitantes, como as guerras pela independência da Croácia ou se haveria alguma preparação diferente para um jogo tão grande contra os franceses.

"A gente não tem ritual antes de uma partida dessa. Cada um se prepara de maneira individual. Eu acho que é um grande jogo, não precisamos mudar tudo. Não tem nada especial, nada espetacular. Vamos só continuar com a maneira de trabalhar até agora", observou. "Não gosto de falar disso [guerras]. São coisas do passado. Eu não quero falar disso. Temos que olhar ao futuro", repetiu, em discurso comum aos jogadores croatas. 

Zlatko Dalic, sentado ao lado de Modric, recebeu elogios. "Como você pode ver, a gente está na final, não estamos? Essa é a influência do nosso treinador por estar aqui. Ele entrou em uma situação muito difícil, nossa vaga estava em dúvida. E no primeiro jogo, ele falou com a gente e jogou para dar motivação, para dar confiança. Ele falou que nós éramos muito bons, mesmo com a crise. E no primeiro jogo contra a Ucrânia a gente ganhou. E depois, jogamos com a Grécia...e a influência dele é notória. O que eu gosto mais é da sinceridade e da maneira que ele fala com a gente, sendo igual com todos os jogadores. Somos bem felizes de ele estar com a gente, não só como treinador, mas como pessoa". 

Como prova de que o momento é mesmo de olhar adiante, e não ao passado, Luka falou sobre um sérvio que recentemente declarou torcida à Croácia. "Sobre o Djokovic, a gente assistiu ao jogo dele na última noite. Ele ganhou e vimos isso. Mas temos treino e não sei quando ele vai terminar a partida. Mas tenho certeza que vamos assistir se der. Ele deu suporte para a gente na final e ele é nosso fã, então somos fãs dele", comentou. 

Ao final, uma palavra de motivação saiu de Modric: "o mais importante é nunca desistir, acreditar em você e ir até o fim. É uma longa caminhada, com obstáculos, tem altos e baixos, mas precisa acreditar em você mesmo, lutar e brigar para realizar seus sonhos e ter sucesso. Isso que me leva até este ponto", disse um dos candidatos à Bola de Ouro. 

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