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Copa 2018

Mbappé dribla e faz belo gol, mas Modric, mesmo vice, é o Bola de Ouro

Kylian Mbappé comemora quarto gol da França diante da Croácia na final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia - Carl Recine/Reuters
Kylian Mbappé comemora quarto gol da França diante da Croácia na final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia Imagem: Carl Recine/Reuters

Do UOL, em Moscou*

15/07/2018 14h12

Eram 20 minutos do segundo tempo quando Mbappé dominou de frente para a área croata. Seus movimentos rápidos de pernas fizeram os defensores do time do leste europeu recuarem e sobrou espaço para um arremate magnífico no canto de Subasic. Seu gol, o quarto francês na vitória por 4 a 2, selava uma atuação decisiva que ofuscou a classe de Modric no duelo entre os dois destaques (até então) dos finalistas França e Croácia na Copa do Mundo. Após o apito final, no entanto, o croata se deu melhor, eleito Bola de Ouro do torneio na Rússia enquanto o rival teve de "se contentar" com o prêmio de melhor revelação. 

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Na decisão, no entanto, Mbappé foi maior. O feito do atacante francês se torna ainda maior quando se olha o fato de ele ter sido decisivo em uma final de Copa do Mundo com apenas 19 anos. Ao todo no Mundial, foram quatro gols, alguns deles belos, não faltaram dribles que desequilibravam o adversário. 

Na comparação com o craque Modric, o atacante francês pega muito menos na bola, erra mais passes, corre menos. Para se ter ideia, o croata acertou mais de 70 passes na final, e o francês menos de 10. E seu nível de acerto de passe é na casa dos 70%, enquanto o meio-campista se aproxima dos 90% de eficiência. 

Mas, quando pega na bola, Mbappé torna difícil a missão dos marcadores de conseguirem acompanhá-lo. Suas passadas são tão rápidas e trocam tantas vezes de direção que a impressão é de que flutua no campo sob o olhar atônito dos zagueiros. Era um terror para o lateral Strinic e para o zagueiro Vida que atuavam pela esquerda da defesa da Croácia. Foram oito dribles no jogo. 

Foi assim no terceiro gol francês quando recebeu um lançamento longo de Pogba, partiu para cima do croata e o deixou para trás. Com um passe inteligente para o meio, deixou Griezmann com a bola na área para escorar para a conclusão de Pogba. 

No duelo entre os dois astros de quem se esperava mais na decisão, esses momentos brilhantes do jovem atacante francês acabaram sendo bem mais decisivos do que os lances de Modric. O croata, diga-se, deu três vezes mais passes decisivos do que o francês: 9 a 3. 

Ao final, era em Mbappé que a transmissão da Fifa focou durante longo tempo enquanto ele abraçava o técnico Deschamps e outros companheiros. Uma cara de garoto, limpa, sorridente, como se estivesse em uma pelada nos subúrbios de Paris. 

* Reportagem de Danilo Lavieri, Dassler Marques, Luiza Oliveira, Marcel Rizzo, Pedro Ivo Almeida e Rodrigo Mattos

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