Topo

Croácia

Com fama de 'bad boy', croata frustrou Bayern e recusou camisa de Messi

Rebic chuta com estilo e marca o gol da Croácia contra Argentina - Clive Mason/Getty Images
Rebic chuta com estilo e marca o gol da Croácia contra Argentina
Imagem: Clive Mason/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

05/07/2018 09h12

É claro que os principais holofotes da seleção da Croácia estão voltados para os meias Ivan Rakitic e Luka Modric e o atacante Mario Mandzukic, titulares de Barcelona, Real Madrid e Juventus, respectivamente. Mas o desempenho de Ante Rebic também tem chamado a atenção. Ele tem 24 anos, fez um golaço contra a Argentina, sofreu pênalti diante da Dinamarca e já pode valer 40 milhões de euros (quase R$ 182 milhões).

- Tite confirma Miranda como capitão contra Bélgica e reduz revezamento
- Quartas de final: duelos entre companheiros e heróis à prova de novo
- Parças de Neymar se unem a "apóstolos" de Jesus e ampliam bonde

A atuação na Copa do Mundo é a confirmação do auge do atleta. Às vésperas de se apresentar à seleção, o croata entrou para a história do Eintracht Frankfurt como herói do principal título do clube nos últimos 30 anos. Na final da Copa da Alemanha, em 19 de maio, fez dois gols na vitória por 3 a 1 sobre o favorito Bayern de Munique. A partida é considerada pelo jogador uma entre as duas melhores da carreira. 

A segunda ocorreu na Rússia: ganhou por 3 a 0 da Argentina, no último dia 21. Rebic abriu o placar, aproveitando-se de erro do arqueiro Caballero, que lhe entregou a bola e o deixou emendar de primeira, fazendo um golaço. Mas a boa atuação quase foi comprometida pela instabilidade emocional do atacante, conhecido por importunar adversários e ter fama de bad boy, arriscando ser expulso.

"Ele nos dá a agressividade e a velocidade que não tínhamos pelos lados. Ele não se rende, amadureceu e também dá grande apoio para o sistema defensivo, fazendo tudo à sua maneira. Mas deve encontrar um limite. Ele estava à beira de receber um merecido cartão vermelho contra a Argentina", disse o técnico Zlatko Dalic, da Croácia.

Depois da partida, ele também chamou atenção por outra conduta. Disse que iria pedir a camisa de Lionel Messi para presentear um amigo, mas desistiu porque, em suas palavras, "os argentinos causaram uma impressão muito ruim". Para piorar, declarou que o árbitro da partida, Ravshan Irmatov, do Uzbequistão, não teria condições de estar em uma Copa do Mundo, já que, segundo Rebic, nem chuteiras tinha e usava "tênis comuns" em campo.

Se o jovem atacante fosse expulso contra a Argentina, não seria a primeira vez em uma Copa do Mundo. Ele esteve no Mundial de 2014, como reserva, entrando nas três partidas da Croácia. Diante do México, quando o time brigava por classificação, saiu do banco e teve uma atuação incisiva, levando perigo. Até que, aos 44 minutos do segundo tempo, quando os europeus tinham acabado de fazer o gol na derrota por 3 a 1, Rebic ergueu o pé em uma dividida e o deixou com força no tornozelo adversário. Vermelho direto, e eliminação na primeira fase.

Ante Rebic celebra seu gol com o meia Omar Mascarell para o Frankfurt - Christof Stache - 19.mai.2018/AFP - Christof Stache - 19.mai.2018/AFP
Ante Rebic celebra seu gol com o meia Omar Mascarell para o Frankfurt
Imagem: Christof Stache - 19.mai.2018/AFP

A inconstância o afetou na seleção, tanto que, após estrear, em 2013, chegou a ficar sem ser convocado por quase dois anos e meio —entre junho de 2015 e novembro de 2017. Foi o desempenho no Eintrahct Frankfurt que o fez estar neste momento na Rússia. E, também, retomar sua carreira.

Rebic começou profissionalmente em 2011 pelo RNK Split, da Croácia, onde diz que descobriu sua velocidade. Na Copa, ele atingiu 33,3 km/h, pico só superado pelos 33,98 do português Cristiano Ronaldo e pelos 33,77 do peruano Advíncula.

Em 2013, a Fiorentina o contratou por 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 13 milhões, na época) e lhe entregou a camisa 9 que já foi do argentino Gabriel Batistuta. Mas o atacante não vingou na Itália nem enquanto esteve emprestado ao Leipzig, da Alemanha, e ao Verona, da Itália. Passou por estes dois times sem fazer gol.

Fora da seleção e em baixa, foi novamente emprestado pela Fiorentina ao Eintracht Frankfurt, em 2016. Chegou junto com o técnico Niko Kovac, também croata e que o tinha comandado na seleção. A vida mudou. Foi tão bem que o Eintracht Frankfurt pagou 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 9 milhões) para tê-lo em definitivo.

Hoje, com Kovac no comando do Bayern de Munique, é dado como quase certo no gigante da Alemanha, que pagaria 40 milhões de euros (quase R$ 182 milhões) para contratá-lo.

"Niko Kovac ajudou muito na minha carreira. Agora, é merecidamente o técnico do Bayern. Sou jogador do Eintracht Frankfurt e, na minha cabeça, tenho apenas a Copa do Mundo. Posso pensar em outras coisas depois do Mundial", afirmou Rebic, ciente de que, agora, é o momento de se estabelecer, principalmente com uma grande atuação neste sábado (7), às 15h (horário Brasília), contra a Rússia, pelas quartas de final da Copa do Mundo, em Fischt.

Croácia