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Em meio a escândalos na Fifa, presidente do COI salienta medidas contra corrupção na entidade

Das agências internacionais

Em Lausana (Suíça)

30/05/2011 19h38

Enquanto a Fifa se vê envolta em escândalos e denúncias de corrupção e suborno, o Comitê Olímpico Internacional (COI) passa por um processo eleitoral aparentemente mais afastado de problemas.

Se neste domingo o comitê de ética da entidade máxima do futebol divulgou suspensões de dirigentes acusados de receber suborno, do lado do COI há confiança que o fantasma da corrupção não ronda a instituição no momento.  O COI está imerso no processo de escolha da sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 e seu presidente Jacques Rogge se diz seguro quanto à limpeza da decisão sobrequal cidade abrigará o evento.

“Nunca se pode dizer nunca, mas fizemos o máximo para eliminar este tipo de comportamento”, declarou Rogge, que afirmou encarar “com tristeza” as denúncias envolvendo o nome da Fifa.

Questionado sobre o assunto, Rogge lembrou das polêmicas que envolveram a escolha de Salt Lake City, nos Estados Unidos, como sede dos Jogos de Inverno de 2002: “Nós vivemos um drama em Salt Lake City. Eu era parte da comissão investigadora, onde vimos coisas que não gostaríamos de ter visto”.

As investigações feitas na época levaram à expulsão de dez membros do COI, acusados de receberem suborno em troca da escolha da sede norte-americana. Desde então, a entidade endureceu as regras para a eleição de sedes de grandes competições, buscando evitar a repetição de tais problemas.

“Não darei lições”, declarou Rogge. “A Fifa é grande o bastante para saber o que pode e o que não pode fazer. Mas está claro que as novas regras impostas pelo COI mudaram as coisas”, complementou.

A instituição olímpica passou a restringir as viagens de delegados às cidades candidatas, só permitindo que isso aconteça quando há uma delegação completa sob forte controle. “Agora são as cidades que vêm em nosso encontro, recentemente fizemos um seminário sobre o caso dos Jogos de 2018”, explicou o presidente, que definiu os processos atuais como “controlados e regulamentados”.

Rogge defende também que o fato de as decisões do COI serem tomadas por mais pessoas, em grupos que chegam a 120 eleitores, dificulta possíveis influências corruptas.  Individualmente, também haveria aumentado o autocontrole por parte dos eleitores, que estariam hesitando menos em declarar-se inaptos a decidirem questões que envolvam conflitos de interesse, por medo de punições do Conselho de Ética da entidade.

No dia 6 de julho, data da escolha da sede para 2018, Denis Osvald, presidente da Federação Internacional de Remo, não participará da votação, por exemplo. Sua instituição é patrocinada pela Samsumg, que também é uma das principais apoiadoras da candidatura da sul-coreana Pyeongchang, e por isso o dirigente preferiu se manter afastado do processo. “O fator humano sempre existirá” salientou Rogge.