Blatter propõe mudanças em processo de escolha de sedes da Copa após escândalos
Joseph Blatter propôs mudanças no sistema de escolha das sedes das Copas do Mundo. Nesta quarta-feira, o presidente da Fifa apresentou às federações nacionais a ideia de definir quem organizará os Mundiais durante o congresso da entidade, e não mais em uma reunião de seu comitê executivo.
“É justo que esta responsabilidade recaia sobre o comitê executivo?”, perguntou Blatter em seu discurso aos delegados da Fifa no congresso da entidade. O suíço, candidato único à eleição presidencial da entidade, deve assegurar mais um mandato à frente da entidade.
“Fala-se em dar mais poder às associações nacionais. Quero que no futuro o congresso de Fifa decida. O comitê executivo vai elaborar uma lista de candidatos e o congresso decidirá qual deles será o vencedor", disse Blatter.
O suíço pediu o apoio do congresso à proposta, que foi aplaudida pelos presentes. “Vamos conseguir”, completou o dirigente.
A proposta por mudanças no processo de escolha das sedes das Copas vem após os escândalos referentes à definição de quais países organizarão os Mundiais em 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar). Foram levantadas acusações de que houve suborno durante o processo de escolha.
Além desta ideia, Blatter apresentou mais duas propostas. O presidente da Fifa deseja que o congresso da Fifa também tenha o direito de nomear o Comitê de Ética da entidade. Hoje, a escolha é feita pelo próprio Blatter, com aprovação do comitê executivo da entidade.
O atual processo foi criticado por Mohammed bin Hammam, presidente da Confederação Asiática (AFC) e que seria o concorrente de Blatter na eleição desta quarta. O qatariano retirou sua candidatura pouco antes de ser suspenso por seu suposto envolvimento em um esquema de compra de votos na eleição presidencial da Fifa.
Blatter também propôs a criação de um comitê para soluções de governança. O grupo teria como função lidar com críticas feitas à Fifa e seria formado por membros da própria entidade e personalidades.
Pedido de revisão sobre Qatar-2022
Theo Zwanziger, presidente da Federação Alemã (DFB), pediu para que fosse reexaminado o processo que deu ao Qatar o direito de organizar a Copa do Mundo-2022. O dirigente justificou sua solicitação com as diversas denúncias de corrupção e suborno em torno da eleição.
“Há um grau considerável de suspeitas que não se pode desejar. Por isso, considero que se reexamine o processo referente ao Mundial-2022, levando-se em conta estas preocupações”, afirmou Zwanziger em entrevista à emissora de TV ZDF.
O dirigente preferiu não manifestar seu ponto de vista sobre o escândalo de que houve compra de votos para definir o Qatar como sede da Copa-2022. “Não quero opinar sobre o tema enquanto não houver maiores informações sobre o caso”, comentou.
Sobre a eleição presidencial da Fifa, Zwanziger lamentou os casos de suborno envolvendo a Fifa e que vieram à tona nas últimas semanas. Ele criticou Joseph Blatter, presidente da entidade e candidato único ao cargo.
“Não há alternativa [a Blatter]. Certamente ele não é o homem do futuro da Fifa. O que aconteceu nas últimas semanas é um escândalo, mas não se pode deixar de votar com base apenas em suspeitas. Ele é o único candidato”, analisou.
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