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Ex-Corinthians, Régis Pitbull vence 1ª batalha contra o crack e prevê retorno

Regis Pitbull durante treino do Corinthians no Parque Ecológico do Tietê em 2004 - Arquivo Folha
Regis Pitbull durante treino do Corinthians no Parque Ecológico do Tietê em 2004 Imagem: Arquivo Folha

Renan Prates

Em São Paulo

03/07/2011 07h00

Régis Pitbull fez a sua carreira em importantes clubes do Brasil como Corinthians, Vasco, Portuguesa e Ponte Preta. Mas agora o jogo mais importante da sua vida é contra o crack, vício que acometeu a sua vida. Na última quinta-feira, o atacante fez o seu primeiro gol nesse sentido, pois conseguiu deixar a clínica de reabilitação para fazer a chamada ressocialização.

SEMPRE NA TORCIDA PELO CORINTHIANS

  • Arquivo Folha

    Regis Pitbull não nega que é torcedor do Corinthians e, mesmo na clínica de reabilitação, ele acompanhava os jogos da equipe pelo Brasileirão.

    “Acompanho tudo da Série A e da B. Na quarta fiquei vendo meu Coringão, fiquei muito feliz, pois fez uma partidaça contra o Bahia. Fiquei muito feliz pelo Corinthians ter vencido e por ter essa abertura, pois na clínica costumam não deixar assistir à TV”.

    Segundo o jogador, ele acompanha não somente as partidas de futebol masculino. “Até jogo da seleção feminina tenho visto, mas não gostei muito da estreia”, cornetou Pitbull, que tem convicção de que verá Ponte e Portuguesa na Série A de 2012.

Em entrevista ao UOL Esporte, ele admitiu pensar todos os dias em voltar aos gramados. Misterioso, Pitbull disse que os fãs do seu futebol podem se surpreender em vê-lo atuando novamente em um curto espaço de tempo.

“Vou deixar em suspense, mas tenho certeza que as pessoas que gostam do meu futebol terão uma surpresa agradável sobre a minha volta. Em breve estou voltando”, falou o atleta de 34 anos.

Segundo um dos melhores amigos e também seu empresário, José de Anchieta, Régis Pitbull sofre com as drogas desde 1997, quando estava no início da carreira. O jogador tinha problemas com a maconha e o crack.

Durante sua carreira, Régis Pitbull foi pego em duas oportunidades no exame antidoping por uso de maconha: na primeira (2001, no Bahia), ele foi suspenso por 121 dias; na segunda (2008, no Rio Branco-MG) a pena foi de 30.

Pitbull explicou que a situação piorou a ponto de ficar insustentável no início deste ano, quando viu que estava sem mercado no Brasil por causa dos dois casos de doping, e não queria voltar para o exterior para não ficar longe da sua família – ele tem uma esposa e dois filhos.

“Não queria viajar, queria os clubes do Brasil, mas o mercado estava fechado para mim. Foram aparecendo coisas para voltar ao mundo árabe, acabei não querendo ir e a depressão veio, aprofundando ainda mais a minha desilusão”, explicou ele, que alegou ter usado drogas sempre sozinho e no seu quarto.

WILSON MANO DIZ QUE NETO NÃO CORRIA

  • Arquivo Folha

    Um dos ícones de polivalência no Corinthians na década de 1990, Wilson Mano tem muitas histórias para contar sobre sua passagem pelo clube. Uma delas é a respeito do seu parceiro Neto. Hoje dono de um posto de gasolina na cidade de Bariri (SP) e com 47 anos, ele relembrou o sedentarismo do colega de equipe e explicou o porquê de ele ter 'rachado' o grupo em 1991, um ano depois da inédita conquista do Campeonato Brasileiro.

Segundo o jogador, ele decidiu por conta própria se internar numa clínica, e o fez no dia 3 de março. Pitbull não se acostumou ao tratamento e saiu de lá. Na ocasião, pessoas da ONG Ponte Preta souberam do caso e arranjaram uma clínica para ele em Monte Alegre do Sul, interior de São Paulo.

Na nova clínica, Pitbull só tem elogios. Ele ficou ao lado de “gente importante” no local (mas não citou os nomes) e foi tratado não só da mente, mas também do corpo, pois fez sessões de fisioterapia para tratar do joelho, algo que a seu ver poderá abreviar o retorno aos gramados.

Com 34 anos, Pitbull diz ter “fôlego de menino” e querer jogar futebol por muito tempo, por ser a única coisa que sabe fazer da vida. A festa de despedida dos gramados cogitada pela Ponte Preta está fora de cogitação.

“A molecada está tomando sufoco de mim, com 34 anos estou jovem demais, com saúde. Tenho aderido ao tratamento, não estou precisando tomar antidepressivo, não perdi a vivacidade. Não quero jogo de despedida. Quero jogar bastante ainda”.