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Oposição do Vasco denuncia cadastro de sócio morto e contesta lisura das eleições

Candidato Pedro Valente apresentou documentos para comprovar sua denúncia - Paulo Fernandes/ Divulgação
Candidato Pedro Valente apresentou documentos para comprovar sua denúncia Imagem: Paulo Fernandes/ Divulgação

Pedro Ivo Almeida

No Rio de Janeiro

14/07/2011 15h48

Virou costume. Nos meses que antecedem o pleito, a eleição do Vasco ganhou mais um capítulo polêmico. Nesta quinta-feira, uma das chapas de oposição, liderada por Pedro Valente, apresentou denúncia que pode comprometer o futuro do processo eleitoral do clube. 

ENTENDA MELHOR O CASO

Passada as contestações sobre datas e prazos para a realização das eleições, a oposição questiona agora a lisura da empresa resposável por fornecer a lista com os sócios aptos a votar, alegando que a mesma não exerce um controle rigoroso para a entrada de novos associados. Outro ponto que intriga os partidários de Pedro Valente é o fato da Torcedor Afinidade, que controla o programa "O Vasco é meu", ainda não ter disponibilizado a lista de sócios votantes, apenas a de sócios elegíveis. Apesar da empresa ter até o dia do pleito (2 de agosto) para apresentar tal lista, os opositores afirmam que o fato de não se conhecer o colégio eleitoral em sua totalidade prejudica o processo democrático, já que eles não podem realizar sua campanha

Segundo o candidato, um simpatizante da chapa “Vasco Valente” procurou o comitê de campanha do candidato e apresentou provas de que teria conseguido cadastrar um sócio, já falecido há 30 anos, no programa “Vasco é Meu”. 

Um partidário da oposição conseguiu associar Miguel Ângelo da Cunha, que estaria com 87 anos se ainda fosse vivo, sem que a empresa responsável pelos novos sócios do clube fizesse qualquer tipo de cobrança para provar a existência do mesmo. A denúncia vai de encontro ao principal questionamento da chapa opositora ao processo eleitoral do clube. 

A empresa Torcedor Afinidade, controladora do programa de sócios do Vasco e responsável por gerar a lista de sócios elegíveis e eleitores do clube, foi duramente atacada por Pedro Valente e seus partidários, que afirmam não poder confiar em uma empresa que aceita o cadastro de pessoas mortas. 

“O problema é muito maior do que imaginávamos. A empresa aceitou o cadastro de uma pessoa que já morreu, emitiu uma carteira para o mesmo e o colocou como sócio do clube. Essa mesma empresa é a responsável por divulgar a lista de associados aptos a votar na eleição. Como podemos confiar na lisura do processo eleitoral com uma coisa absurda dessas?", indagou Pedro Valente, acrescentando. 

A lista de votantes está no poder de uma empresa que não tem qualquer critério para admitir novos sócios. Como podemos confiar na lisura do processo eleitoral com uma coisa absurda dessas?

Pedro Valente, ex-vice presidente médico do Vasco e candidato da oposição

"Desde o ano passado, pedimos para que essa empresa apresente a lista de sócios do clube, e nada foi mostrado até agora. Essa contestação dos nomes sempre existiu, mas era feito ao Vasco. Agora, o problema é pior, porque o clube não tem essa lista às vésperas da eleição. A lista está no poder de uma empresa que não tem qualquer critério para admitir novos sócios. É uma falta de fiscalização que compromete o processo eleitoral. Independentemente da chapa vencedora, não podemos permitir que haja uma fraude dessas", acusou.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o presidente da Assembleia Geral do Clube, Olavo Monteiro de Carvalho, responsável por conduzir o processo eleitoral vascaíno, alegou compromissos particulares e prometeu que se pronunciaria em momento oportuno sobre o caso.

"Estou em uma reunião e não posso me pronunciar agora sobre o caso. Mais tarde, com tempo, eu falarei sobre o assunto", disse Olavo em contato por telefone.