Presidente do Palmeiras dribla pressão e volta a 'sumir' em nova crise
Quem não se lembra de Wally, personagem que se escondia entre multidões e lugares exóticos nos quadrinhos? Arnaldo Tirone não tem a paz do viajante que fez sucesso na década de 90, mas encontrá-lo nos momentos de crise do Palmeiras também não é tarefa fácil.
A dificuldade de se posicionar de maneira firme e a habilidade de escapar dos momentos ardilosos expõem a personalidade do presidente e o desejo de sempre buscar o equilíbrio e evitar qualquer tipo de confronto com as partes envolvidas. As características marcam seu comando durante toda a temporada e novamente ficaram evidentes no momento mais difícil do ano.
JOÃO VITOR: "DIRETORIA ABAFOU O CASO"
João Vitor não está satisfeito com a postura da diretoria do Palmeiras após o episódio em que confrontou com torcedores. O volante disse que não é anjinho, mas criticou a cúpula alviverde por tentar abafar o caso de agressão.
Na terça-feira, Kleber liderou um motim dos jogadores, se rebelou desrespeitando o vice de futebol Roberto Frizzo e causou a revolta de Luiz Felipe Scolari. Entre os poderosos do clube, apenas Tirone não estava presente. Ele alegou que só ficou sabendo mais tarde da confusão porque estava em um casamento.
A situação chegou ao limite com o afastamento do Gladiador e as ameaças de demissão do treinador. O mandatário ainda participou das negociações para acalmar Felipão, mas não houve definição oficial porque ele passou esta quinta-feira viajando do Rio de Janeiro para São Paulo.
Coube a Frizzo suportar a pressão da imprensa e responder às perguntas sobre a saída de Kleber no desembarque da delegação no Aeroporto de Congonhas durante a manhã. Em conversa por telefone com o jornal Folha de São Paulo, o presidente novamente tentou apaziguar e não confirmou o afastamento definitivo do jogador. Disse que era melhor resolver a situação com mais calma.
Tirone vinha mostrando postura mais presente recentemente ao ser visto em alguns treinos do Palmeiras durante o mau momento do time. Ele chegou a se reunir com os jogadores e mantinha conversas com Felipão na beira do gramado. Mas sempre evitava os jornalistas e provou que a mudança não foi tão radical.
Os acontecimentos na véspera do jogo contra o Flamengo não representaram a primeira vez que a ausência de Tirone chamou a atenção e foi criticada pela imprensa e pessoas ligadas ao clube. Apenas neste mês de outubro, ele não compareceu a dois eventos importantes.
O lançamento da clínica de fisioterapia do goleiro Marcos foi prestigiado até pelo presidente do Corinthians Andrés Sanchez. Mas novamente Frizzo fez as honras da casa e representou a alta cúpula alviverde, enquanto o filho do presidente teve o papel de dar explicações ao anfitrião sobre a ausência do pai.
Poucos dias depois, um evento na Arena Palestra marcou o anúncio do acordo com a gigante global de gestão de arenas esportivas AEG, mas o assunto mais comentado foi a falta de representantes do Palmeiras. O diretor de novos negócios da WTorre Rogério Dezembro precisou justificar mais uma vez o ‘sumiço’ de Tirone. Dessa vez, os motivos apontados foram 'problemas de agenda'.
VÍDEO MOSTRA O INÍCIO DAS AGRESSÕES ENTRE JOÃO VITOR E TORCEDORES
Em outros momentos conturbados do time, o presidente também preferiu ter atuação discreta. Na outra grave crise protagonizada por Frizzo e Kleber, o atacante chegou a chamar o dirigente de mau caráter. Tirone ficou alheio a toda a história porque estava em uma viagem na Argentina.
No Carnaval, um fato ainda mais inusitado aconteceu. Felipão saiu do sério diante da decisão de que a nutricionista Alessandra Favano não iria se concentrar com a delegação para a partida contra o Santo André pelo Paulistão para economizar dinheiro. Novamente o vice de futebol segurou as pontas. Tirone, curiosamente, curtia a folia no camarote da BWA, concorrente da empresa que faz os ingressos do Palmeiras, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
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