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Gil quer voltar a jogar após 1 ano e meio e se desculpa por palavrão hit na internet

Flamengo foi o último clube de Gil, que pediu desculpa por palavrão a rádio católica - Mastrangelo Reino/Arquivo/Folha Imagem
Flamengo foi o último clube de Gil, que pediu desculpa por palavrão a rádio católica Imagem: Mastrangelo Reino/Arquivo/Folha Imagem

Bruno Thadeu

Em São Paulo

24/12/2011 06h00

Gil surgiu no Corinthians em 2000 como grande promessa. Na época, o ex-dirigente do clube, Antonio Roque Citadini, chegou a dizer que "Gil era melhor do que Kaká". De 2005 em diante, o meia esquerda não justificou o status de promessa, colecionando fracas passagens por clubes. Em baixa, Gil passou a ser lembrado por uma frase sem meias palavras. Quando indagado sobre se valeria tudo na comemoração do título mineiro obtido pelo Cruzeiro, em 2006, ele foi direto: “Só não vale dar o c...”. A frase causou espanto, risadas e virou hit na internet.  

Sem atuar profissionalmente há um ano e meio, desde que deixou o Flamengo, o meia de 31 anos pretende retomar a carreira em 2012 e disputar o Paulistão.

Ele [repórter] me perguntou no meio da multidão. Nem percebi. Só no dia seguinte veio uma pessoa dizendo que eu havia feito um comentário que repercutiu. Sinceramente, eu nem me lembrava da declaração. Pedi desculpas porque nem foi minha intenção

Gil, justificando mau entendido na declaração a uma rádio católica de Minas

“Minha ideia é disputar o Paulistão, que tem visibilidade maior. Estou vendo algumas coisas para concretizar isso. Lógico que treinar em academia e disputar ‘peladas’ não é suficiente. Mas em pouco tempo de treino eu já estarei pronto. Não tenho lesão”, disse Gil.

Treinando por conta própria em uma academia, Gil se diz animado em voltar a jogar, garantindo que possui tanta qualidade quanto os atacantes dos clubes de ponta do país. Ele frisa que para entrar no ritmo dos demais atletas serão precisos somente alguns treinos na pré-temporada.

 “Não me vejo abaixo dos jogadores que têm atuado. Eu sou muito sincero em admitir que eu não estava bem, até por isso parei por um tempo. Mas eu estou com vontade de jogar”.

Sobre o episódio do comentário ofensivo a uma rádio católica, Gil responde que não se lembra direito da entrevista, se desculpando por esse lapso.

No futebol eu descobri que a única coisa que não se pode falar é a verdade. Futebol se faz muita média. Você não pode falar a verdade porque você não pode desagradar ninguém. É por isso que eu não vou a programa de TV e não dou entrevista. É muita hipocrisia no futebol

Gil, abrindo exceção para entrevista ao UOL

“Eu estava saindo de campo correndo com os torcedores querendo tirar meu uniforme depois do título. Eu ia ficar pelado. Uma correria. Nem foi uma entrevista. Ele [repórter] me perguntou no meio da multidão. Nem percebi. Só no dia seguinte veio uma pessoa dizendo que eu havia feito um comentário que repercutiu. Sinceramente, eu nem me lembrava da declaração. Pedi desculpas porque nem foi minha intenção”.

Gil carrega a fama de exagerar na noitada. Ele conta que praticamente a maioria dos jogadores tem vida social intensa e que isso não influi no comportamento em campo caso seja bem conciliado. O jogador em inatividade condena a cultura do futebol, segundo ele recheada de hipocrisia. O assunto ganha força quando indagado sobre a relação noitada/futebol.

“Todo mundo sai para se divertir. O mundo é assim. Se o time está bem, o jogador pode beber e sair. Todos se divertem, com raras exceções. Quando o Adriano faz o gol ninguém fala se ele está pesado, se ele bebe cerveja. No futebol, se você joga bem, a balada não atrapalha. Você tem que ser avaliado e cobrado pelo que se faz em campo”.

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