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Luiza, que voltou do Canadá, é fã de Ronaldo e diz que virou flamenguista 'por obrigação'

Luiza Rabello posa ao lado do pai Gerardo, criador do bordão, e da mãe Patrícia  - Luiza Oliveira/UOL
Luiza Rabello posa ao lado do pai Gerardo, criador do bordão, e da mãe Patrícia Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo *

20/01/2012 06h02

Luiza Rabello é uma brasileira de 17 anos que estudava no Canadá. Mas graças a uma inofensiva frase de seu pai, numa propaganda, tornou-se o assunto da moda. Há três dias de volta ao Brasil, é paparicada e disputada por programas de televisão e agências de publicidade. Um fenômeno, assim como seu ídolo Ronaldo, e um susto para a jovem 'atleta' amadora e torcedora do Flamengo por 'obrigação'.

NOVA ROTINA DE LUIZA: ENTREVISTAS, FOTOS E CONVITES PARA COMERCIAIS

Antes de voltar para a Paraíba, Luiza terá que driblar a vida de celebridade que tem consumido seu tempo. No início da noite de quinta-feira, a reportagem do UOL Esporte passou 1 hora com a jovem e seus pais em um hotel na zona sul de São Paulo, onde a família está hospedada. Neste período, o telefone não parou de tocar. Foram pedidos de entrevistas de dois jornais (Estadão e O Globo), uma revista (Istoé) e duas emissoras de televisão (RedeTV! e Record).

Ainda assim foi o único tempo disponível para matar a fome e o desejo de comer dois temakis: um de camarão e um de salmon com cream cheese. Como se não bastasse, foi tietada pelo funcionário do restaurante que pediu uma foto ao entregar o pedido.

E o dia não havia acabado. Precisou sair às pressas para uma reunião em uma agência de publicidade que já tem três clientes grandes interessados. Entre eles, a marca de sandálias Havaianas e a montadora Volkswagen. Para completar, sua mãe precisou ter jogo de cintura ao descartar a participação em um programa de variedades às 8h desta sexta porque a filha estaria muito cansada.

Desde quarta-feira, os compromissos não param. Pouco depois de voltar ao Brasil, gravou um novo comercial para a construtora Água Azul que a consagrou. Apenas na quinta, foram dez entrevistas, visita à TV Globo e participação nos principais telejornais da emissora.

A adolescente voltou do Canadá e ainda se acostuma à fama repentina. Divide-se entre entrevistas, sessões de fotos e gravações de comerciais. Mas não vê a hora de trocar a vida de celebridade pela antiga, em João Pessoa, onde o esporte sempre foi muito presente graças aos exercícios na praia, às tentativas frustradas de se tornar atleta e à imposição do irmão para que fosse rubro-negra.

A paixão pelo Flamengo não veio de forma natural, e sim do irmão mais velho, Gerardo, de 19 anos, que, de tão fanático, junta dinheiro durante o ano para viajar e ver ‘in loco’ os jogos do time do coração no Rio de Janeiro.

“Não tenho muita opção. Meu irmão é flamenguista e obriga todos em casa a serem flamenguistas. Se alguma pessoa não for, ele nem conversa, me mata. Então simpatizo por conta dele, mas prefiro que assista aos jogos em outro canto porque quando vê em casa fica desesperado, só falta quebrar a casa”, contou ao UOL Esporte.

O ídolo de Luiza até já declarou ser flamenguista, mas nunca vestiu a camisa do clube. Ronaldo Fenômeno tem toda admiração da jovem, que chegava a defendê-lo das críticas no fim da carreira, quando era chamado de ‘gordo’.

“Pensar em futebol e seleção para mim é pensar em Ronaldo. E eu ficava com raiva de quem falasse mal dele. Falavam que ele não conseguia correr. Não precisa. Se ele ficar no lugar certo e alcançar a bola, está ótimo”, disse ela, que também é fã do ex-lateral-direito Cafu e do zagueiro da Inter de Milão, Lucio.

O que Luiza nunca imaginaria era ser citada pelo ídolo. Ronaldo foi uma das primeiras celebridades que ajudaram a disseminar o bordão ‘menos Luiza, que está no Canadá’ após o surgimento do vídeo em que sua família faz a propaganda de um empreendimento imobiliário na Paraíba. “Quando soube, fiquei doida. Quem sabe um dia possa conhecê-lo”.

O futebol é presente na vida da nova celebridade, mas é uma das únicas modalidades que ela nunca praticou. Bem antes de ser conhecida pelo país inteiro, tentou ginástica rítmica, vôlei, handebol, natação e futsal. “Parava porque me achava muito péssima no esporte e queria tentar outra coisa. Era uma por ano”.

Recentemente, ela aprendeu a apreciar atividades bem diferentes. O intercâmbio ajudou não só a aprimorar o inglês, mas também a se familiarizar com o futebol americano e o hóquei no gelo, disputados nas temperaturas negativas do inverno canadense.

A estudante teve ‘aulas particulares’ com um amigo que jogava no time de Barrie, cidade onde morava, e mostrou desenvoltura. “É muito difícil porque você tem que se equilibrar no gelo e tem toda uma técnica. Tem tantas regras que você nem imagina. Mas ele disse que eu levava jeito. Eu consegui porque ando bem de patins. dava para jogar”, brincou.

Luiza tomou gosto. Nas horas vagas, acompanhava os treinamentos e torcia pelo time da província, o Maple Leafs, sediado em Toronto e campeão da Stanley Cup por 13 vezes.

Mas o Canadá que deixou Luiza famosa está cada vez mais distante. Ela não vê a hora é de correr e pedalar nas praias da capital paraibana. “Achava que eu não gostava muito de João Pessoa. Mas depois de ficar muito tempo fora, vi que amo minha cidade. Não penso em sair mais de lá”, resumiu.

* Colaborou Luiz Paulo Montes