Ricardo Teixeira encerra especulações e decide continuar na presidência da CBF
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, vai permanecer à frente da entidade máxima do futebol nacional. Durante a assembleia-geral da confederação, que reuniu os presidentes das federações estaduais de todo país, Teixeira não renunciou nem pediu afastamento. Vai, portanto, ficar no cargo que ocupa há 23 anos.
A assembleia-geral da CBF acabou há pouco, no Rio de Janeiro. Rubens Lopes, presidente da FERJ, informou que a reunião serviu para aprovar mudanças no estatuto em relação a substituição de vices da entidade, mas também esclareceu como ficaria a sucessão em caso de saída definitiva de Teixeira.
Segundo ele, ficou claro que se o presidente se licenciar, ele escolhe entre os vices mais velhos quem assume. Mas, se o afastamento for definitivo, o mais idoso fica na presidência. Assim, Teixeira assegura que, nesse caso, assumiria o paulista José Maria Marin, rejeitado pela ala que se rebelou na CBF.
Também foi retirado do estatuto o item que dava à assembleia o poder de interpretá-lo. A mudança enterra o argumento dos rebeldes que interpretavam ser necessária uma nova eleição teria em caso de renúncia. Assim, apesar de continuar no cargo, Teixeira pavimentou o caminho para que suas vontades sejam seguidas, em caso de renúncia.
Lopes presidiu a assembleia. Logo após o encontro, ele concedeu entrevista coletiva e comunicou à imprensa a permanência de Teixeira na presidência da CBF.
"Quanto a permanência [de Teixeira], isso foi esclarecido antes mesmo do Carnaval", disse Lopes. "Na nota divulgada no site oficial da CBF, falamos que ele se afastaria durante o período e depois voltaria normalmente, como aconteceu. Ele segue no exercício da presidência da CBF."
De acordo com o presidente da FERJ, todos os presidentes de federações estaduais apoiaram a permanência de Teixeira. "Por unanimidade, houve apoio total e irrestrito para que o Ricardo continue. Ele segue no cargo com o aval de todos os seus representados"
A permanência de Ricardo Teixeira começou a ser colocada em xeque há cerca de um mês. Acuado por denúncias, o cartola de 64 anos poderia renunciar para sair dos holofotes.
De acordo com o Blog do Juca Kfouri, semanas antes da assembleia-geral desta quarta-feira, o ex-dirigente acertou a demissão de pessoas próximas da entidade, entre elas o tio Marco Antonio Teixeira, ex-secretário geral da CBF, que recebeu R$ 3,1 milhões entre gratificações e rescisão.
O ex-dirigente também vendeu propriedades em Piraí, Rio de Janeiro. A mudança de vida também atingiu a família, que deve passar a viver em Miami, nos Estados Unidos.
A saída de Teixeira também poderia ser motivada por motivos de saúde. Nesta terça-feira, por exemplo, Teixeira passou mal e abandonou uma reunião na CBF.
O UOL apurou que Teixeira deve fazer exames médicos nesta quinta-feira. O presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio, disse, inclusive, que Teixeira pode se afastar da CBF dependendo do resultado desses exames.
"Ele [Teixeira] disse na reunião que vai pedir licença por motivos de saúde", afirmou Carmélio. "Quando isso vai acontecer, depende dos exames."
Lopes não comentou a saúde de Teixeira na coletiva sobre a assembléia. Ele só ratificou que, em casos de afastamento definitivo, quem assume é o vice-presidente José Maria Marin.
"Caso ele venha a sair, iremos seguir o estatuto", disse Lopes. "Se for uma licença médica, ele escolherá o substituto entre os cinco vices. Caso a saída seja definitiva, entrará o Marín, que é o vice mais velho."
Nos últimos dias, entretanto, Teixeira conseguiu articular com presidentes de federações e sufocou um foco rebelde para se manter no poder. Além de manter forte ligação com Teixeira, a maioria dos dirigentes enfrenta ou já enfrentou acusações de corrupção e outros desvios administrativos.
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