Coutinho nega autorização e "Os dez mais do Santos" fica sem parceiro de Pelé

Quem olha a lista dos dez melhores jogadores de todos os tempos do Santos, no livor “Os dez mais do Santos”, de Thiago Arantes, sente falta de uma pessoa. Estão lá Feitiço, Pagão, Zito, Pepe, Gylmar, Pelé, Lima, Carlos Alberto, Robinho e Neymar. Mas não aparece o nome de Coutinho. Como conta o autor, o grande companheiro de ataque de Pelé negou a autorização para aparecer no livro.

“Desde os primeiros contatos, o Coutinho se mostrou reticente. Em uma das ligações, ele disse que não daria entrevistas a menos que todos do clube falassem. Eu já tinha entrevistado Pepe e Zito. Em outro contato, ele chegou a aceitar. Eu moro em São Paulo e iria para Santos para a entrevista, mas tive um imprevisto e chegaria a Santos meia hora depois do combinado. Liguei para avisar e ele disse que eu não precisava mais aparecer”, conta Thiago.

A última tentativa aconteceu em São Paulo, em um evento no futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, que reuniu vários campeões mundiais pela seleção brasileira. “Ele estava ao lado do Pepe e do Zito. Os dois me reconheceram e perguntaram quando o livro sairia. Parei ao lado deles, disse ao Coutinho que o Zito e o Pepe já tinham dado entrevista. Mas ele disse: ‘Não são só os dois. É todo o time’. Eu disse, então, que ele ficaria fora do livro dos dez maiores do Santos e que o Pagão iria entrar no lugar. Ele só falou que o Pagão era um grande jogador”, completa o autor.

A reportagem do UOL Esporte ligou para Coutinho. O ex-jogador atendeu e, seco, disse não conhecer Thiago ou saber sobre a existência do livro, antes de desligar.

O mais irônico é que o ex-atacante foi um dos mais votados no processo de seleção dos jogadores do livro. Em um painel formado por nove jornalistas escolhidos por seu conhecimento da história do Santos e o autor do livro, Pelé e Pepe receberam dez votos. Coutinho, nove. Seu substituto na lista, Pagão, foi lembrado quatro vezes.

O contato com os outros jogadores que aparecem na lista, ou seus representantes, não foi tão traumático quanto com Coutinho. “Com o Neymar, por exemplo, eu já tinha escrito o capítulo sobre ele e dei a sorte de pegar um avião com o pai dele, a caminho do México para um amistoso da seleção. Ele deu a autorização. Com o Pelé, o contato foi com a assessoria de imprensa, que disse que, por contrato com outras editoras, o Pelé não poderia dar entrevistas, mas aceitaria a publicação”, lembra.

O livro “Os dez mais do Santos” faz parte da coleção Ídolos Imortais, da editora Maquinária. Já foram lançados livros sobre os melhores jogadores de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Fluminense, Internacional, Botafogo, São Paulo, Cruzeiro, Grêmio e Vasco da Gama. O próximo será sobre o Atlético-MG.