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Polícia prende seis pessoas e diz que tem suspeitos de autor de disparo em briga de torcida

Polícia afirma ter suspeitos de disparo que matou torcedor palmeirense em briga - Jefferson Coppola/Folhapress
Polícia afirma ter suspeitos de disparo que matou torcedor palmeirense em briga Imagem: Jefferson Coppola/Folhapress

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

04/04/2012 17h40

A Polícia Civil prendeu mais seis suspeitos dos crimes que culminaram com as mortes de torcedores palmeirenses. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, quando a delegada Margareth Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decrad), disse que já existem suspeitos dos autores do disparo que matou um torcedor.

Foram oito mandados de prisão expedidos pela Justiça contra suspeiros dos crimes, sendo quatro cumpridos nesta quarta. Outros dois suspeitos foram detidos em flagrante de acordo com a delegada. Entre eles, um palmeirense que portava arma de fogo e munição de diferentes calibres e um corintiano que tinha 'um arsenal de porretes e barras de fogos' em sua casa.

A Polícia Civil ainda tenta cumprir quatro mandados de prisão contra integrantes de uma facção do Corinthians, que também participou da briga que vitimou fatalmente duas pessoas.

Segundo Margareth, existem provas de que os líderes das torcidas fizeram parte dos confrontos. “A gente não gostaria que isso acontecesse, de descobrirmos que as lideranças das torcidas estão envolvidas nesses ataques, mas a investigação acaba apontando para isso. A gente não pode ser infantil de achar que esse confronto não foi marcado”, disse.

No total, foram 11 pessoas presas até o momento envolvidas na morte de André Alvez Lezo, 21, que levou um tiro na cabeça, e de Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira que  teve morte cerebral após ser espancado com barras de ferro no último dia 25 de março.

Entre os torcedores presos nesta quarta-feira, está o irmão de André, Lucas Lezo, que é vice-presidente da Mancha Alviverde. O outro irmão de André, Tiago Alves Lezo, já havia sido preso na semana passada por suspeita de participar da briga.

“Hoje prendemos o irmão do rapaz morto. É resposta a sociedade de que esse crime não ficará impune. Vamos demonstrar a vocês que a policia civil esta preocupada com a segurança de todos”, disse.

O ex-presidente da Gaviões da Fiel, Douglas Deúngaro, também está entre os detidos, acusado de ter ajudado a arquitetar o plano. O advogado Davi Gebara defende seu cliente e diz que não há provas para prendê-lo. Ele alega que o torcedor tenta apartar as brigas e foi preso como um troféu por ser famoso entre as torcidas.

Margareth defende a ideia de que o confronto estava combinado. Segundo ela, os corintianos planejaram o ataque, mas os palmeirenses estavam organizados para se defender, inclusive com armas e carros de apoio.

“O planejamento foi tanto de uma quanto de outra. Estamos lidando com dois grupos que se matam, e matam quem estiver ao redor quando se encontram. O pessoal do Corinthians teve um planejamento para atacar. Mas, em contrapartida, os palmeirenses estavam com escolta e com carros com armamentos”, afirmou.
 

HISTÓRICO DE CONFUSÕES ENTRE TORCIDAS DO CORINTHIANS E PALMEIRAS

BRIGA COM 500 TORCEDORES RESULTA NA MORTE DE TORCEDOR PALMEIRENSE

O torcedor do Palmeiras André Alves, de 21 anos, mais conhecido como "Lezo", morreu na noite deste domingo após uma briga com torcedores corintianos durante a manhã.

A polícia investiga se o encontro foi combinado na internet. A grande quantidade de objetos usados para o confronto é um indício de que a briga já estava agendada. Barras de ferro, fogos de artifícios e armas de fogos foram usadas na confusão. LEIA MAIS

HOSPITAL CONFIRMA MORTE CEREBRAL DE SEGUNDO TORCEDOR PALMEIRENSE

O torcedor palmeirense Guilherme Vinicius Jovanelli Moreira, internado desde domingo após um traumatismo craniano, teve morte encefálica nesta terça. A informação foi divulgada pelo hospital São Camilo, que disse que o jovem de 19 anos respira por aparelhos.

Guilherme, conhecido como Vinicius Zulu, estava envolvido na briga generalizada entre torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras no último domingo, horas antes do clássico. LEIA MAIS
PEDRAS NO ÔNIBUS DO PALMEIRAS E INÍCIO DE BRIGA GENERALIZADA

Um ônibus que levava torcedores do Palmeiras para duelo no interior foi atingido por pedras atiradas por corintianos, em frente à sede da torcida alvinegra Pavilhão 9. O episódio ocorreu no dia 5 de fevereiro. Os palmeirenses desceram do ônibus e iniciaram briga com corintianos. A PM impediu que houvesse briga generalizada. Foram detidos 15 torcedores. Não houve feridos com gravidade. A Justiça proibiu a presença da torcida Pavilhão 9 nos jogos do Corinthians. LEIA MAIS
TORCEDOR CORINTIANO MORRE APÓS PERSEGUIÇÃO DE PALMEIRENSES

Douglas Silva foi espancado e morto por dezenas de torcedores do Palmeiras em uma praça na Marginal Tietê, em agosto de 2011. Mesmo sem uniforme do Corinthians, Douglas foi reconhecido por uma pessoa, que avisou aos palmeirenses a preferência pelo Corinthians. Douglas estava com dois amigos e ainda tentou fugir, mas não resistiu aos ferimentos. O caso é investigado pela polícia LEIA MAIS
BALA DE FOGO EM VEZ DE BORRACHA EM CLÁSSICO EM PRESIDENTE PRUDENTE

A Polícia Militar demonstrou despreparo ao monitorar torcedores do Palmeiras em clássico contra o Corinthians, em Presidente Prudente, em agosto de 2011. Em vez de balas de borracha para dispersar a torcida, os PMs atiraram com armas calibre 12. Dois torcedores do Palmeiras foram baleados, sendo um deles Lucas Alves, irmão de André Alves, que morreu neste domingo em briga generalizada. Após o episódio no interior, a Mancha Alviverde foi proibida de ir a jogos. LEIA MAIS
PALMEIRENSES ARREMESSAM BARRA DE FERRO DO TOBOGÃ E ASSUSTAM PESSOAS

Torcedores do Palmeiras arremessaram uma barra de ferro do tobogã. O objeto caiu no estacionamento do estádio, mas não atingiu ninguém. A polícia militar foi acionada para acalmar os ânimos dos torcedores palmeirenses, que protestavam no Pacaembu após derrota diante do Corinthians, 1 a 0, em agosto de 2010, pelo Brasileirão. LEIA MAIS