Conselheiros do Palmeiras alegam "bicho extra" para Galeano e pedem R$ 120 mil de volta

Conselheiros do Palmeiras já organizam uma lista de assinaturas para pedir que Marcos Aurélio Galeano, supervisor técnico do time, devolva cerca de R$ 120 mil. Tudo porque, segundo eles, o ex-volante não tem direito a receber o mesmo bicho que outros membros da comissão técnica porque já tem o prêmio estipulado por metas, além do seu salário de R$ 30 mil.

Eles repassaram ao UOL Esporte a folha de pagamento de bichos que comprova que Galeano está entre os membros que recebem. Ainda segundo eles, é fácil identificar quanto ele já recebeu, já que ele emite nota fiscal, por não ser funcionário. O acordo de pagamento de bicho para ele passou a valer desde a chegada de Luiz Felipe Scolari, no meio de 2010.

No Palmeiras, assim como todos os times, a comissão técnica inteira recebe bicho pelas vitórias e até pelo empate. Todos os jogadores, claro, também recebem o prêmio que é combinado antes da bola rolar e tudo é creditado no holerite de quem é registrado.

Eventualmente, há acréscimo de acordo com a importância do jogo. A diferença entre o time do Palestra Itália e os outros é que a assessoria de imprensa não é premiada, apesar de viajar em todas as competições.

Os membros do Conselho que reclamam passaram o contrato de Galeano que tinha validade até 31 de dezembro de 2011, onde a cláusula 4.2 deixava bem claro que ele ganharia o prêmio extra de acordo com os resultados, assim como era como o ex-gerente de futebol Toninho Cecílho.

“O PALMEIRAS poderá pagar à CONTRATADA, a título de bonificação, o equivalente a até 75% (setenta e cinco por cento) sobre o valor total que, eventualmente, venha a ser pago aos atletas do elenco profissional “A” do PALMEIRAS por objetivos alcançados durante o prazo deste instrumento. A realização dos pagamentos de tais bônus, caso ocorra, serão mera liberalidade por parte do PALMEIRAS, não caracterizando remuneração deste contrato ou da CONTRATADA para quaisquer fins”.

A meta era conseguir uma vaga na Libertadores ou um título, seja por Campeonato Brasileiro, Paulista, Copa do Brasil ou Copa Sul-Americana. 

Em contato com o UOL Esporte, Piraci de Oliveira, diretor jurídico do clube, afirmou que o contrato atual de Galeano, renovado em janeiro deste ano, não prevê a obrigatoriedade de pagamento por metas e nem proíbe o pagamento de bicho.

Os ex-membros da direção do futebol Wlademir Pescarmona e Seraphim del Grande são dois dos que não concordam com o acúmulo de bônus para Galeano. O primeiro, inclusive, admitiu que se, durante a sua gestão houve este pagamento, ele cometeu um equívoco.

Já Galeano se considera o novo alvo dos Conselheiros. Ele afirma que a prática de bicho é normal em todos os clubes e que recebe o dinheiro extra desde que chegou ao Palestra Itália.

“Eu sou novo alvo do Conselho. Todo o tumulto tem o meu nome. O bicho é uma prática comum em todos os clubes. Lá no São Paulo, o Milton Cruz recebe. No Santos, o Nei Pandolfo também. E aqui eu recebo, assim como o César Sampaio. Aqui, no entanto, sempre tem algum problema, sempre procuram o alvo. Eu sou o da vez”, lamentou Galeano.