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Cambista mexicano quer vender ingressos no Brasil e usa jogo da seleção nos EUA como 'estágio'

O cambista mexicano Martin, de camisa vermelha, quer vender ingressos no Brasil - Bruno Thadeu/UOL
O cambista mexicano Martin, de camisa vermelha, quer vender ingressos no Brasil Imagem: Bruno Thadeu/UOL

Bruno Thadeu

Do UOL, em Dallas (Estados Unidos)

02/06/2012 06h00

A reportagem do UOL Esporte foi abordada na sexta-feira por um rapaz mexicano no acesso ao estádio Dallas Cowboys, palco do amistoso de Brasil x México, domingo, às 16h06 (horário de Brasília), no Texas. Sem ainda saber que conversava com um jornalista, o homem, chamado Martin, ofereceu ingressos para o jogo ao valor de US$ 150. Quando percebeu que se tratava de um brasileiro e ainda mais um repórter, o cambista abriu o sorriso e avisou “estarei lá no Brasil para a Copa!”.

A intenção de Martin é conhecer o Brasil em breve e faturar como cambista no Mundial de 2014. Mesmo ciente de que estava indiretamente concedendo entrevista, o mexicano disse que analisará o perfil do torcedor brasileiro no amistoso de domingo. Caso a torcida brasileira seja “receptiva”, a ideia de exercer trabalho temporário no Brasil será levada adiante.

“Eu vou para o Mundial de 2014 lá no Brasil. Será que lá é bom [para trabalhar como cambista]?”, indagou Martin, que estava acompanhado de três amigos e que topou tirar fotos.

“Sinceramente eu não sei. Eu soube que a polícia prendeu uns cambistas em jogos nos estádios em São Paulo. Mas não sei te dar uma posição”, respondi.

“Mas falaram que no Brasil é ‘bom’. Muita gente ‘trabalha’ [como cambista]”, insistia Martin.

Ele prosseguiu. “Minha ideia é ir para o Brasil um ano antes, para a Copa das Confederações. Quero ver como é”, avisou.

Para o amistoso deste domingo, não há mais ingressos. Praticamente todos os 80 mil ingresso foram vendidos. Agora só nas mãos de cambistas. Segundo Martin, o preço mais barato, se tiver sorte, pode ser encontrado por US$ 100 (mais do que o dobro vendido legalmente), mas dificilmente haverá por menos de US$ 150.

Antes de finalizarmos a breve conversa, ele sugeriu que eu vendesse a ele a credencial de imprensa, vislumbrando revender. Recusei, logicamente. O papo terminou com um pedido de Martin.

“Você vai publicar?”, indagou.

“Não, não”, respondi, dando adeus ao provável turista para a Copa do Mundo.