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'Estrelas' da base do Fla buscam repetir sucesso de pais famosos e criticam R10

Renan (C), filho de Donizete, repete o gesto do pai ao lado de Baggio (E) e Jean Chera - Pedro Ivo Almeida/ UOL
Renan (C), filho de Donizete, repete o gesto do pai ao lado de Baggio (E) e Jean Chera Imagem: Pedro Ivo Almeida/ UOL

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/06/2012 06h00

Enquanto o time profissional aposta em figuras desconhecidas na hora se reforçar, as categorias de base do Flamengo são recheadas de "estrelas" que já convivem com a fama antes mesmo de deixarem para trás o status de promessas. Filhos de craques famosos, alguns buscam repetir o sucesso dos pais. Enquanto isso, outros jovens talentos ainda definem em quem se inspirar, mas já sabem a quem não repetir: Ronaldinho Gaúcho. O ex-capitão rubro-negro é criticado por muitos e vê rejeição até nos times menores da Gávea.

NO FLA: FILHOS DE CRAQUES E ARTILHEIRO

  • Pedro Ivo Almeida/ UOL

    Mattheus e o pai, Bebeto, repetem o famoso gesto que ficou conhecido na Copa do Mundo de 1994

  • Renan "Panterinha" participa de um treino no time profissional do Flamengo, em maio deste ano

  • Artilheiro do juvenil, atacante Douglas Baggio comemora um gol com a camisa do Flamengo

"Exemplo para nós hoje é o Neymar. Joga muito, acumula dinheiro, ganha títulos e ainda se cuida fora de campo", afirmou Jean Chera, promessa com jeito de craque que já passou por Santos e futebol italiano.

"Infelizmente, o Ronaldinho hoje não tem mais motivação. Jogar para ele virou diversão. Acho que ele não tem mais o mesmo compromisso de antes. Para nós, o jeito é observar outros nomes no futebol", avaliou Renan, filho do ex-jogador Donizete, com o conhecimento de quem vive o futebol desde pequeno.

Com 17 anos, o filho do Pantera é apenas mais um dos filhos de craque que tentam um espaço nas categorias de base do Flamengo. Além dele, Mattheus, conhecido mundialmente desde o seu nascimento, é outra estrela da constelação da base rubro-negra.

O meia, que completará 18 anos nos próximos dias, é o responsável pelo famoso gesto do "embala neném" de Bebeto na Copa do Mundo de 1994. O jogador, no entanto, espera deixar esta fama para trás e prefere que o eterno camisa 7 seja conhecido como o pai do Mattheus.

"É claro que todo mundo só quer me comparar a ele, mas espero ser mais independente em breve. Não quero ser o filho do Bebeto, mas apenas o Mattheus do Flamengo. E que ele seja conhecido como meu pai. É claro que essa relação ajuda no início, mas tento me desgarrar um pouco dela", explicou o habilidoso meia, apontado por muitos na Gávea como futuro camisa 10 do time profissional.

Com mais dois anos de juniores pela frente, Mattheus deve ser o grande nome do Flamengo na Taça São Paulo do próximo ano. Ao seu lado, Renan Panterinha também espera brilhar na competição que abre as portas no mundo do futebol. E ao contrário do amigo, o filho de Donizete não ver problema em ser lembrado pelo pai sempre.

Até mesmo o jeito descontraído remete ao atacante que brilhou no Vasco e no Botafogo. "O Mattheus é todo sério e não quer falar do pai, mas eu toco no nome do meu toda hora. Já me imagino até comemorando um gol no Maracanã como uma pantera. Não me importa em ser lembrado por ele. Para mim, é até um respeito. Sou muito colado com meu pai e espero repetir tudo que ele fez", salientou Renan, um dos artilheiros do time juvenil.

Sem o DNA de craque dos outros, mas já conhecido no meio do futebol, Jean Chera se preocupa apenas em recuperar o espaço perdido e esquecer as polêmicas que já passou apesar da pouca idade. O jogador teve uma saída complicada do Santos e não conseguiu se firmar no futebol italiano, para onde se transferiu com status de craque.

"As questões do Santos ficaram no passado, assim como os problemas na Itália. Infelizmente, meu visto não saiu por lá e perdi um certo tempo. O momento agora é de adaptação ao Flamengo e trabalhar para brilhar como sempre sonhei", disse o jogador que ainda busca um espaço entre os juvenis rubro-negros.

Ao contrário de Mattheus, Renan e Chera, uma estrela da base do Flamengo representa bem o sonho de milhares de outros jovens. De origem humilde, Douglas Baggio veio de Recife, mora no alojamento do clube e sonha dar um futuro melhor para os seus parentes com os resultados no futebol.

"Fiz o caminho meio inverso deles. Vim de Recife, moro no alojamento e nuca fui tão falado assim [risos]. Mas os sonhos são os mesmos. Espero que nós não sejamos apenas promessas. Quero poder brilhar no time profissional, sair do CT, comprar uma casa e ajudar minha família", revelou o artilheiro do time juvenil rubro-negro.

Além de solução para a família, Baggio se junta aos outros três companheiros como aposta do clube para os problemas financeiros. Sem dinheiro para contratar, o rubro-negro espera que Douglas, Mattheus, Jean e Renan façam jus ao velho ditado, correspondam às expectativas no profissional e provem que "craque o Flamengo faz em casa".