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São Paulo cita lucros com venda de atletas da base para responder a críticos de Cotia

Lucas posa para foto no centro de treinamento de Cotia, onde morou na adolescência - Caio Guatelli/Folhapress
Lucas posa para foto no centro de treinamento de Cotia, onde morou na adolescência Imagem: Caio Guatelli/Folhapress

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

09/08/2012 06h05

Com a venda do meia-atacante Lucas ao Paris Saint-Germain, o São Paulo engordou as cifras que diz ter recebido por investir e negociar os frutos de suas categorias de base. De acordo com João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol, o tricolor faturou mais de US$ 350 milhões com a venda de cerca de 20 atletas formados pelo clube nos últimos 15 anos.

Em valores atuais, isso daria mais de R$ 700 milhões, embora o câmbio entre as moedas tenha mudado bastante desde então. A produção de peças para exportação se tornou mais aguda com a inauguração do centro de treinamento de Cotia, casa da base são-paulina e principal plataforma política do presidente Juvenal Juvêncio.

A venda de Lucas já está sendo usada pelos cartolas como uma resposta às críticas constantemente feitas pela oposição, para quem Cotia recebe muitos investimentos e não rende bons frutos ao clube.

“Com a negociação do Lucas, antes dele do [Lucas] Piazón, e ao longo dos últimos 15, 16 anos, nós negociamos, só de jogadores formados na base, alguma coisa de US$ 350 milhões. Além da grande vantagem técnica de poder suprir o nosso elenco com bons jogadores, é um excelente negócio em termos geração de caixa”, afirmou Lopes.

O camisa 7 são-paulino, que está com a seleção olímpica na Inglaterra, se junta, assim, a uma extensa lista de jogadores formados no São Paulo que foram vendidos por cifras milionárias a clubes europeus. Fazem parte dela Denilson, Edcarlos, Breno, Fabio Santos, Hernanes e Lucas Piazón, por exemplo.

O meia-atacante renderá R$ 81 milhões ao clube do Morumbi, que serão pagos à vista pelos franceses. O valor total da negociação (R$ 108,3 milhões) a tornou a maior transferência da história do futebol brasileiro. Para Lucas, o negócio rendeu cerca de R$ 27 milhões, mas uma parte desse valor será repassada em comissão a seus agentes.

Com o dinheiro que lhe cabe, o São Paulo pretende investir no Morumbi, modernizar seus centros de treinamento, pagar dívidas e, eventualmente, fazer contratações para o time de Ney Franco.