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Viúva de Sócrates quer realizar sonho do ídolo e tenta levar unidades médicas móveis à periferia

Pouco antes de falecer, Sócrates estudava projeto social com Kátia - Jorge Araujo/Folhapress
Pouco antes de falecer, Sócrates estudava projeto social com Kátia Imagem: Jorge Araujo/Folhapress

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

09/10/2012 06h00

A viúva de Sócrates, Kátia Bagnarelli, pretende transformar em realidade o sonho do marido, que morreu no ano passado em decorrência de complicações causadas pela cirrose. Dias antes de falecer, o ex-jogador manifestou o desejo de criar unidades médicas móveis em áreas carentes para diagnosticar pessoas que não têm condições de arcar com tratamento.

Kátia promoveu reuniões na semana passada com empresários e profissionais ligados à saúde para discutir a viabilidade do projeto, que seria bancado com recursos de parceiros da iniciativa privada.

“O Sócrates não pensava em ter uma fundação ou ONG, como acontece com o seu irmão [Raí, fundação Gol de Letra]. Ele queria algo que atendesse diretamente o povão. Por ele ter sido médico e saber que muitos não têm condições de pagar plano médico, ele pensava em um projeto para levar postos médicos ao povo. O diagnóstico seria só o primeiro passo, mas já ajudaria as pessoas a se tratar melhor e buscar algo especializado”, contou Kátia ao UOL Esporte.

FRASES MARCANTES DO DOUTOR SÓCRATES

Sócrates se formou em medicina durante a carreira como jogador. Após encerrar a fase nos campos, o Doutor, como era chamado, abriu clínica em Ribeirão Preto.  

O aparato médico idealizado por Sócrates transitaria por favelas e pelo centro de São Paulo.

“Quero fazer tudo sem ferir a legislação. Para isso preciso ter um posicionamento do Ministério da Saúde, dos órgãos públicos e saber se a empresa que eventualmente patrocinar esse projeto terá isenção fiscal. Ainda é cedo dizer, mas estou confiante de que esse plano do Sócrates será levado adiante”, declarou.

Outro braço do projeto idealizado por Sócrates é politizar e oferecer cursos profissionalizantes a torcedores com formação incompleta, entre eles ex-detentos.

“Queremos ouvir a carência dessas pessoas que gostariam de uma formação extracurricular. Conversei com representantes de torcidas do Corinthians e a ideia é acharmos mecanismos para encaixá-los em cursos técnicos”.