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Governo brasileiro pode intervir, ajudar a tirar Breno da prisão e trazê-lo para o São Paulo

 Zagueiro Breno participa de treinamento no Bayern de Munique em 2008, na Alemanha - REUTERS/Michaela Rehle
Zagueiro Breno participa de treinamento no Bayern de Munique em 2008, na Alemanha Imagem: REUTERS/Michaela Rehle

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

22/12/2012 06h00

O zagueiro Breno pode ganhar um forte aliado na sua luta para conseguir a liberdade na Alemanha. O governo federal, liderado pela presidente Dilma Rousseff, entrou em contato recentemente com o Consulado Geral do Brasil no país europeu e se disponibilizou a ajudar na deportação do jogador.

Pessoas ligadas ao órgão na Alemanha confirmaram à reportagem do UOL Esporte que houve um primeiro contato, e provavelmente na próxima semana o Cônsul Geral do país em Munique, Antonio Carlos Coelho da Rocha, deverá ser contactado para entrar em ação no caso. O diplomata entrou em um período de folga a partir do fim do expediente desta sexta e voltará aos trabalhos na quarta-feira.

Uma pessoa ligada à diretoria do São Paulo confirmou que ouviu de pessoas envolvidas no processo que Breno poderá ser solto em breve e, com a intervenção do governo, conseguir retornar ao país para atuar pelo clube paulista, com o qual já firmou um vínculo válido até 2015. A iniciativa de assinar o contrato com o zagueiro, aliás, foi tomada neste sentido.

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O corpo jurídico do clube acredita que o fato de ter um contrato de trabalho no Brasil pode ajudar na libertação do jogador, já que ficaria provado para a justiça alemã que Breno não tem a intenção de fugir da Alemanha, mas sim retornar ao seu país para trabalhar. Renata Borges, esposa do zagueiro, pensa de maneira diferente. Ao UOL Esporte, ela admitiu que ficou temerosa com  o anúncio da contratação feita pelo São Paulo, temendo que a justiça pudesse interpretar como um 'plano de fuga'.

"Neste momento, a nossa única preocupação é ver o Breno em liberdade, fora da prisão. Não sei sinceramente como a justiça alemã pode receber essa notícia do São Paulo. Não esperava que isso fosse aparecer na mídia. Eles podem imaginar que ele não quer esperar o fim do processo, e isso não é verdade. A gente pretende voltar ao Brasil, sim, mas só quando esta situação estiver completamente resolvida", afirmou, por telefone, na quinta-feira.

De acordo com o relato de uma pessoa ligada a Breno, a entrada do governo brasileiro com um pedido de libertação do zagueiro é vista com bons olhos pela defesa do jogador e pode, de fato, ser um ponto chave na tentativa. Existe uma expectativa, inclusive, de que o atleta de 22 anos  seja libertado na próxima semana, já que seu advogado entrou com um pedido de habeas corpus, que está sendo analisado.

Esportivamente, Breno está livre de vínculo desde que o contrato com o Bayern de Munique se encerrou, em junho deste ano. No mês seguinte, porém, ele acabou preso, acusado de ter provocado um incêndio em sua residência em setembro do ano passado. Considerado culpado pela justiça, foi condenado a três anos e nove meses de detenção. 

O São Paulo aguarda e não forçará nenhuma atitude de seu mais novo contratado. Em nota divulgada na quinta, o clube afirmou que "seguirá acompanhando a situação de Breno e reitera sua confiança na justiça alemã para que a situação do atleta tenha a resolução mais adequada possível, esclarecendo que, tão logo o atleta tenha condição de regressar ao país, passará a exercer regularmente suas atividades no clube e terá isso refletido na remuneração inicialmente ajustada".