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Fã e amigo de Cássio, goleiro da Sub 20 diz que seleção está em fase difícil por troca de técnico

Júlia Caldeira

Do UOL, em São Paulo

15/01/2013 00h01

A seleção brasileira Sub-20 não faz boa campanha no Sul-Americano na Argentina , mas para o goleiro Matheus Caldeira, revelação do Corinthians, o Brasil “não pode esperar nada menos do que o título”. Confiante em uma boa campanha da seleção, o defensor alerta para uma evolução nas seleções sul-americanas e revela que, após a saída de Ney Franco, a equipe vive “processo difícil”.

Em entrevista ao UOL Esporte, o goleiro da seleção Sub-20 e do Corinthians lamentou a saída de Ney Franco da equipe nacional e diz torcer pelo treinador no comando do São Paulo.

"É um processo difícil (a mudança de treinador), o Ney (Franco) já conhecia o grupo e todos já conheciam o jeito de trabalhar dele. Mas são coisas que você sempre tem que encarar no futebol. Fico feliz de ele ter ido para um clube grande como o São Paulo, e no seu primeiro ano já ter conquistado um título. Torço por ele, é uma grande pessoa e um grande profissional", conta.

Mas, mesmo considerando a mudança complicada, Matheus diz gostar do estilo de Emerson Ávila, que, segundo ele, é parecido com o de Ney Franco. "É um bom treinador também". O goleiro também não mostra ressentimento por ficar no banco de reservas da equipe e vê a disputa por posição com Luis Gustavo como algo bom.

"É sempre bom (brigar por posição), acho que quando você tem que se superar todos os dias para conseguir alguma coisa, você acaba melhorando. É uma concorrência boa", explica.

O trabalho com Ávila para o Sul-Americano teve início no dia 10 de dezembro do ano passado, quando os garotos ficaram concentrados na Granja Comary, no Rio de Janeiro, até o início da competição no dia 9 de janeiro. Os garotos, então, viajaram para a Argentina, onde devem ficar até o próximo dia 3 de fevereiro, data da final do Sul-Americano.

"Tivemos apenas dois dias de folga no Natal e no ano novo. De resto, estamos concentrados todos os dias. É muito difícil, mesmo. A gente sofre bastante ficando tanto tempo trancado, mas todo mundo sabe que é necessário para alcançarmos nossos objetivos", conta.

O longo tempo que os jovens tem de ficar longe de casa, alvo de queixa do jogador, poderia ser, também, motivo para reclamação dos pais, ainda mais na época das festas de fim de ano. Mas não na família de Matheus. O goleiro ri ao falar sobre a boa aceitação dos pais a respeito do tempo que fica com a seleção ou com o Corinthians. "Eles acham super natural, até mais do que eu (risos)".

Mais natural do que o tempo despendido entre treinos e concentrações na carreira de um jogador de futebol, é a inspiração em um ídolo. No caso de Matheus, este ídolo está bem perto.

O goleiro foi destaque da equipe de juniores do Corinthians da Copa São Paulo no ano passado e, por isso, foi recrutado para o time de profissionais do clube. Hoje, ele pode treinar ao lado de Cássio, de quem é fã e amigo, e por quem não foi esquecido no dia do título mundial. No discurso de campeão, o titular corintiano agradeceu a toda equipe de goleiros do Corinthians, inclusive a Matheus.

"Foi um motivo de orgulho pra mim, saber que ele lembrou de mim. Somos amigos, às vezes saímos juntos e no CT sempre damos uma corridinha depois do treino (risos). Tenho ele como uma inspiração, sou fã", conta.

Com um bom professor no Corinthians e tanta preparação com a seleção, o goleiro consola os torcedores preocupados com uma possível precoce eliminação do Brasil na competição continental e adota discurso otimista. "O torcedor pode esperar o melhor, se estamos tanto tempo longe de casa, é pra dar uma alegria para todo esse povo brasileiro!".

Resta esperar por um melhor resultado do Brasil na próxima partida no Sul-Americano nesta quarta-feira, às 21h (horário de Brasília) contra a Venezuela. A seleção soma um empate e uma derrota na competição, 1 a 1 com o Equador e 3 a 2 com o Uruguai, e está na quarta colocação do grupo B, à frente apenas do Equador.