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Dois acusados de matar cruzeirense são condenados por homicídio e 4 por formação de quadrilha

Todos os integrantes da Galoucura tiveram algum tipo de condenação no julgamento - Bernardo Lacerda/UOL
Todos os integrantes da Galoucura tiveram algum tipo de condenação no julgamento Imagem: Bernardo Lacerda/UOL

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

31/01/2013 20h51

Dos seis integrantes da Galoucura, maior torcida organizada do Atlético-MG, que foram a julgamento por causa da morte do torcedor do Cruzeiro, Otávio Fernandes, em novembro de 2010, Marcos Vinícius de Oliveira e João Paulo Celestino foram condenados por homicídio. Absolvidos por tentativa de homicídio, os outros quatro acusados foram condenados por formação de quadrilha.

O julgamento, iniciado na manhã de quarta-feira, foi concluído por volta das 20h30 desta quinta-feira, quando o juiz juiz Glauco Fernandes, presidente do 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, proferiu as sentenças. Na parte da manhã, os seis acusados foram ouvidos, enquanto à tarde e no início da noite aconteceram os debates entre acusação e defesa.

João Paulo Celestino, que era menor de idade à época do crime, e Marcos Vinícius de Oliveira, foram condenados a 15 anos de prisão, por homicídio, e a dois anos por formação de quadrilha. O primeiro, já cumpriu medida de apreensão, de um ano, por isso, terá de cumprir mais 15 anos e 10 meses. Marcos Vinícius, por sua vez, cumprirá 17 anos.

Cláudio Henrique Soares, que foi julgado por tentativa de homicídio e formação de quadrilha, foi condenado a dois anos pelo segundo crime, sendo absolvido da primeira acusação.

Eduardo Douglas Ribeiro Junior, Josimar Junior de Sousa Barros e Windsor Luciano Duarte Serafim –, que estavam em liberdade por causa do caso, desde abril de 2012 – foram julgados e condenados por formação de quadrilha. Assim como Cláudio, os três pegaram dois anos, mas em regime aberto.

O advogado dos seis réus, Dino Miraglia, afirmou que pretende recorrer das condenações por formação de quadrilha e irá pedir um novo júri. “A principio o recurso vai ser feito com base na formação de quadrilha, pois é muito pouco fundamentado. O Vicininho (Marcos Vinícius Oliveira)foi condenado por quatro a três, por muito pouco teria sido absolvido pelo homicídio também. Então, a gente espera que se faça um novo júri e que tente um melhor resultado“, disse.

Para Dino Miraglia, as provas de vídeo apresentadas pela promotoria tiveram peso grande na decisão do júri popular. “Era um processo complexo, com filmagens pesadas, de extrema gravidade, que chocam qualquer pessoa, então estas filmagens tiveram um peso na formação da culpa e na formação da condenação”, destacou.

Por sua vez, o promotor Francisco Santiago disse que a justiça foi feita e se mostrou satisfeito com o resultado. “Foi resultado de um trabalho grande, complexo. Não tenho satisfação pelas condenações, mas sim uma satisfação pessoal por conseguir justiça. O resultado do júri mostra que a sociedade entendeu de uma forma, que satisfez o Ministério Público, eles entenderam a gravidade do acontecido e julgaram com imparcialidade”, afirmou.

Torcedores do Cruzeiro quebram sede e loja do clube antes da venda de ingressos para clássico

  • Gabriel Duarte/UOL

    As horas que antecederam o início das vendas de ingressos do Cruzeiro para o clássico contra o Atlético-MG, no domingo, foram marcadas por problemas com torcedores do clube celeste, que depredaram a sede do clube, no Barro Preto e saquearam a loja Cruzeiro Mania, na região da Pampulha. No Barro Preto, região central de Belo Horizonte, torcedores acampavam desde a última segunda-feira. Porém, após confusão na madrugada de quinta-feira, alguns torcedores picharam paredes e quebraram vidros da sede do clube. Os vândalos pediram a saída do presidente Gilvan Tavares.

O julgamento teve início às 9h30 de quarta-feira, sendo interrompido por volta das 23h30 e retomado na manhã desta quinta. Otávio Fernandes morreu em confronto entre torcedores ocorreu em 27 de novembro de 2010, em frente ao Chevrolet Hall, no Bairro São Pedro, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde era realizado um evento de vale-tudo. Atletas representantes de Galoucura e Máfia Azul competiam na disputa.

Otávio Fernandes faleceu no local após ser agredido com paus, cavaletes, chutes e socos. Dois integrantes da Galoucura – Marcos Vinícius de Oliveira e João Paulo Celestino – serão julgados por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha. O primeiro também está enquadrado no crime de tentativa de homicídio.