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São Paulo esnoba acusação de aliciamento e diz que age usando a lei

Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo, fala com a imprensa - Luiz Pires/VIPCOMM
Adalberto Baptista, diretor de futebol do São Paulo, fala com a imprensa Imagem: Luiz Pires/VIPCOMM

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

22/03/2013 12h09

O São Paulo não mostra preocupação com as reclamações dos clubes em relação ao aliciamento de jogadores nas categorias de base. Mais do que isso. A diretoria esnoba a união dos rivais e diz que age sempre usando a lei na hora de contar com jogadores.

Nesta sexta-feira, o diretor de futebol, Adalberto Baptista, que também acumula a função de diretor da base, afirmou que lamenta as acusações, colocou o jurídico à disposição do funcionário acusado e ainda disse que não se preocupa com um eventual boicote por ter inúmeros convites para participar de competições dos garotos.

“O São Paulo vê com tristeza essas manifestações. O São Paulo age sempre dentro do que a lei prevê e sempre respeitando os outros clubes e observando a inexistência de agentes e intermediários nas categorias de base”, disse ele no CT da Barra Funda, para depois defender José Geraldo, gerente de base, acusado pelos clubes de ser o agente que pratica o aliciamento.

“As pessoas falam que o Geraldo alicia, Geraldo isso, Geraldo aquilo... O São Paulo deu respaldo e não só isso. Deu o corpo jurídico à disposição do Geraldo para qualquer acusação em relação à calúnia e difamação. O time vai tomar medidas porque são acusações levianas e que não fazem realidade dos fatos”, completou.

Em conjunto, os clubes afirmaram que podem passar a não disputar mais as competições de base em que o São Paulo estiver. A medida serviria para boicotar o clube, que não respeita uma cartilha elaborada pela Abex (Associação Brasileiras dos Executivos de Futebol) em parceria com os gerentes de base das equipes.

Adalberto esnoba esse risco e disse que não reconhece essa instituição por adotar a postura de não dar “guarida” a empresários e agentes. Além disso, o diretor afirma que não foi convidado para nenhum encontro.

“O São Paulo recusa duas, três competições por mês de base e está agindo dentro da lei, não faz aliciamento. O time tem mais de R$ 300 milhões investidos em Cotia, investe R$ 20 milhões por ano, para ter a estrutura que vocês conhecem. Lá tem comida boa, formação, escola, acompanhamento psicológico, médico e etc. Eu não posso me sentir privado ou coagido a não aceitar meninos que lá querem estar e que não têm nenhum contrato com outros clubes. O São Paulo vai e vai negociar. Não posso privar de serem formados por nós, especialmente pelos pais quererem colocar o filho ali no lugar, que é como escola e universidade”, disse ele.

“Tem uma associação que eu não reconheço e o São Paulo não reconhece, que é formada por empresários e clubes. Teve uma reunião de clubes onde ninguém foi chamado. E, sobre associações que abrigam agentes e intermediários, o São Paulo não só não dá guarida como não acha que deve aceitar convites”, completou. 

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, também já havia exaltado a estrutura do São Paulo para as categorias de base, em Cotia. Ele comparou a vontade dos jogadores estarem no clube com a dos brasileiros de estarem nos Estados Unidos para fazer um curso.

"Outro dia eu fiz uma comparação, ele pode soar negativamente. O brasileiro mudou e ainda quer fazer pós-graduação em Harvard! Porque fala no currículo que foi para Harvard dá uma... Harvard não é a melhor para certos tipos de aprimoramento, mas não tem no país, é um fato, um centro de treinamento como aquele", disse o cartola.