Topo

São Paulo diz que clubes não têm moral para falar de aliciamento: "Nem recolhem impostos"

Vice-presidente de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, rebateu acusações - Robson Ventura /Folhapress
Vice-presidente de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, rebateu acusações Imagem: Robson Ventura /Folhapress

Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

25/04/2013 13h23

O vice-presidente de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, rebateu os clubes que anunciaram um boicote a torneios de base em que o clube tricolor participar. Eles acusam a equipe do Morumbi de aliciar os jovens atletas, tirando de outros times, e levá-los para Cotia – centro de treinamento da base do clube.

“Têm muitos clubes falando de ética e muitos deles não recolhem impostos, têm dívidas. São clubes que não têm moral para falar de ética, para querer reclamar”, atacou. O dirigente, no entanto, não quis citar de quais clubes estava falando.

Integra o boicote o Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Palmeiras, Atlético-MG, Vitória, Ponte Preta , Coritiba, Cruzeiro e Goiás. O Santos não se pronunciou. Já o Corinthians diz estar neutro, embora participe de reuniões com os clubes descontentes com o São Paulo.

Os clubes acusam o São Paulo de assediar os pais dos atletas de outras equipes. Um contrato profissional só pode ser feito a partir dos 16 anos. Para segurar jovens com idade inferior a 16, os clubes afirmam existir “código de ética”, controlando transferências.

Um caso emblemático envolve o meia Lucas, atualmente no PSG. O Corinthians alega que o time tricolor ofereceu enorme quantia aos pais do atleta, que na época não tinha vínculo profissional com o Corinthians.

São Paulo acusa o Vasco

O diretor de futebol do São Paulo, Adalberto Baptista, Adalberto citou um caso envolvendo o lateral Foguete, cortado por lesão da seleção sub-17 no Sul-Americano. O atleta deixou o Vasco após ingressar na Justiça e assinou com o São Paulo logo em seguida.

O dirigente diz que o jovem está com infecção nos dentes e culpa o clube carioca por não tratá-lo adequadamente.

“O Foguete foi cortado da seleção sub-17. Eu recebi relatório médico em que foi apresentada infecção na boca. Se vocês olharem a dentição dele... é um negócio absurdo. Um descaso, descuido. Ele conseguiu na Justiça e 3 ou 4 meses depois estava no São Paulo. Ele foi cortado da seleção sub-17 por ter sido mal cuidado na base anterior”, acusa Adalberto.

O dirigente reiterou que o clube não faz aliciamento. Os atletas são atraídos porque querem jogar em um clube que disponibiliza boa estrutura, diz Adalberto.

“Agora eu pergunto: qual pai que não quer um clube que ofereça melhores condições para o filho? Todo pai quer. O São Paulo busca as melhores condições, assim como outro clube pode oferecer”, complementou.

Cariocas, mineiros e Palmeiras anunciam boicote a torneios de base

  • Os principais clubes do país anunciaram que boicotarão competições de base que tiverem o São Paulo como participante. A medida é definida pelas equipes descontentes como um protesto à conduta adotada pelo clube do Morumbi na captação de jovens atletas.

  • Os clubes acusam o São Paulo de aliciar os pais de jovens atletas de outros clubes, que quebraria suposto "código de ética" firmado entre os times grandes.

Com medo de boicote, organizador de torneio pede que São Paulo se manifeste

  • O primeiro campeonato de base a ser boicotado pelos clubes que não querem disputar competições em que o São Paulo estiver é a Copa 2 de Julho sub-17, que será realizado de 1º a 13 de julho, na Bahia. Em contato com a reportagem do UOL Esporte, Sinval Vieira, coordenador de Excelência Esportiva da Sudesb e responsável pelo torneio, fez um apelo ao clube paulista para se esforçar por um acordo com os rivais, que o acusam de aliciamento de jovens. “Para a situação se resolver, precisa de uma iniciativa do São Paulo. Acho que se eles reconhecerem, pode resolver. Vou conversar com eles”, afirmou.