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Luxa leva pressão, tem cargo ameaçado e ganha 'última chance' no Grêmio

Vanderlei Luxemburgo vive ameaças mais fortes a cada tropeço do Grêmio - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Vanderlei Luxemburgo vive ameaças mais fortes a cada tropeço do Grêmio Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

28/04/2013 06h01

Vanderlei Luxemburgo tem nas oitavas de final da Libertadores a última chance de permanecer como técnico do Grêmio. Após ver o Tricolor eliminado do Campeonato Gaúcho nos pênaltis pelo Juventude, as contestações ganharam força mas o comando do clube garante a permanência do treinador. No entanto, uma queda na competição continental tornará a situação insuportável.

Luxa pode cair até o fim da semana. Uma derrota para o Santa Fé em casa, ou até mesmo uma atuação pouco convincente, tende a romper a última base que apoia Luxa: Koff e o departamento de futebol. As demais facções da direção aderiram aos que pensam que o treinador tem poderes demais e não apresentou, até agora, o esperado na temporada.

Uma queda após o primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores significaria um 'fato novo' que poderia mobilizar o elenco para o duelo de volta, já que há 15 dias de espaço entre uma partida e outra. Vitória com boa atuação é a única saída para a sequência no projeto.

GRÊMIO PERDE PARA O JUVENTUDE NOS PÊNALTIS E ESTÁ FORA DO GAUCHÃO

O Grêmio está fora do Campeonato Gaúcho. O time tricolor teve pela frente o Juventude neste sábado e empatou em 1 a 1 pelas semifinais do segundo turno. Nos pênaltis Vargas perdeu e a equipe da serra ficou com a vaga ao vencer por 5 a 4. Sem chance de título, os portoalegrenses seguem com jejum de títulos que completará 3 anos.
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O técnico Vanderlei Luxemburgo viveu, neste sábado, a segunda eliminação de Campeonato Gaúcho pelo Grêmio. Sem chance de conquistar o primeiro título no comando do Tricolor, Luxa reclamou da arbitragem e disse não temer demissão em caso de tropeço também na Libertadores.
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E defendendo seu interesse, Luxa cita exemplos do passado. Sempre que vê o time tropeçar, ele lembra Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras e diz que solidificar o cargo é a melhor saída.

"Grandes equipes vivem momentos difíceis em sua formação. Temos conversado internamente e sabemos o que pensa do Dr. Fábio [Koff, presidente do Grêmio]. O Fluminense perdeu a Libertadores e depois ganhou o Brasileiro. O Corinthians antes de ser campeão foi eliminado pelo Tolima.  Eu, no Corinthians em 1998, perdi os cinco primeiros jogos. A Mancha Verde [torcida do Palmeiras] queria que eu saísse antes de conquistar títulos lá. Esses momentos são delicados, mas a certeza do trabalho faz com que você caminhe", disse Luxemburgo.

O apoio da direção, pelo menos externamente, é incondicional. O departamento de futebol e a presidência formam a base que ainda defende Luxa. No entanto, os demais pares que dão sustentação ao comando do clube já não acreditam mais.
 

"Essa segurança [do Luxemburgo] está ligada ao dia a dia. É um convívio muito bom que temos. De cobrança, de autocrítica, mas sempre demos a ele totais condições de exercer seu trabalho. Ele sabe da confiança que temos" disse o diretor executivo de futebol, Rui Costa. "Estou tranquilo e ciente do que estou fazendo. Não tenho receio de que as coisas vão caminhar bem. A história mostra diversos exemplos", acrescentou Luxemburgo.

Nos bastidores, porém, a situação está longe da calmaria demonstrada. O jogo da próxima quarta-feira tende a ser tenso. Nas cadeiras da Arena estarão torcedores desconfiados do rendimento do time e, principalmente, do treinador. Um erro, um gol sofrido, uma atuação apática, tudo será motivo para cobranças.

"Temos que ter calma, mas estar preparados para as críticas. Não gosto é de maldade ou sacanagem. O time não vinha jogando bem, o Fábio Aurélio não foi bem, o Guilherme Biteco estava melhor, tudo isso procede, está dentro do contexto. A crítica faz parte do futebol", comentou o treinador.

Por enquanto, a confiança é externada repetidamente. A permanência "não está ligada a resultados", na palavra da diretoria. Tese que será testada em caso de infortúnio.