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Maioria dos jogadores diz que existem gays no futebol brasileiro

Do UOL, em São Paulo

06/05/2013 12h00

A maioria dos jogadores do futebol brasileiro diz que existem homossexuais atuando nos gramados do país. É o que aponta uma pesquisa produzida pelo UOL Esporte com 105 atletas de grandes times de todo o país.

Em sigilo, os jogadores ouvidos pela pesquisa falaram sobre um dos temas mais controversos no universo tradicionalmente machista do futebol nacional. No balanço final, 56% dos entrevistados dizem que existem gays em grandes equipes.

Por sua vez, 27% dos jogadores ouvidos afirmam não ter conhecimento de homossexuais no futebol do país. Apesar do anonimato, 11% não quiseram entrar no debate, em amostra do caráter de tabu que o tema ainda carrega neste universo.

"Em todo lugar existe homossexuais, mas o meio é preconceituoso. Entendo a situação deles de não assumir a posição", afirmou um dos jogadores ouvidos na pesquisa do UOL Esporte.

Alguns dos nomes consultados pela reportagem do UOL dizem que apoiam a revelação da orientação sexual dos gays do futebol. Nas últimas semanas, o norte-americano Jason Collins quebrou um tabu como primeiro jogador em atividade na NBA a assumir publicamente a homossexualidade.

"Se tiver, acho que eles deveriam assumir, porque não adianta o cara ficar escondendo algo que ele é e gosta", opinou outro jogador brasileiro ouvido na pesquisa.

A pesquisa também revela que 15% dos jogadores entrevistados acham que os futebolistas homossexuais não deveriam assumir "por causa do proconceito" que existe dentro do esporte. Apenas 8% dos jogadores responderam que os atletas gays deveriam assumir em público exatamente para "dar o exemplo".

Foram ouvidos na pesquisa jogadores de Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco da Gama.

Esta é a segunda edição do Pesquisão UOL Esporte com jogadores de futebol do país. No final de 2012, o levantamento trouxe opiniões polêmicas. Por exemplo, Kleber Gladiador foi eleito o jogador mais violento do país, e o corintiano Jorge Henrique, o mais irritante. Na mesma eleição, Milton Leite foi escolhido o melhor narrador, enquanto que Caio Ribeiro foi eleito o melhor entre os comentaristas da TV.